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Secretário Nílson Mourão confirma que refugiados do Haiti são vítimas de violência

Os haitianos que entram de forma ilegal diariamente no Brasil pelas fronteiras do Acre com a Bolívia e o Peru, além de apresentarem problemas de saúde decorrentes da longa viagem, chegam psicologicamente transtornados. O secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nílson Mourão, disse que durante o percurso até Brasiléia/AC, onde ficam provisoriamente até que seja regularizada a permanência no país, os imigrantes são vítimas de violência, inclusive sexual, por bolivianos e peruanos, responsáveis pelo transporte ilegal.

Esse é um dos maiores problemas enfrentados pelo Governo do Acre, incapaz de lidar com as dificuldades por que passam os 1.250 imigrantes (último registro oficial) que estão em Brasiléia/AC. “Psicologicamente, eles chegam o bagaço e nós não temos como fazer nada”, acrescentou Mourão.

Nílson Mourão disse que o Governo do Estado colheu uma série de relatos de abusos cometidos geralmente por taxistas do Peru e da Bolívia que podem ser comprovados, mas acrescentou que o Acre está incapacitado de tomar providências. “Não temos como fazer nada. Já foram feitos contatos com o ministro Patriota [Antônio Patriota, de Relações Exteriores] para ver o que se pode fazer em parceria com os governos da Bolívia e do Peru”.

Para se ter um exemplo da gravidade dos abusos cometidos, ele relatou que crianças presenciam o estupro de suas mães por coiotes (pessoa responsável pelo transporte do imigrante ilegal). Apesar dos relatos colhidos, Nílson Mourão disse que muitos haitianos temem repeti-los oficialmente com medo de serem repatria-dos. Segundo ele, cada coiote peruano ou boliviano cobra entre US$ 1, 1 mil e US$ 1,5 mil para o transporte de grupos de haitianos até o Acre. (Agência Brasil)

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