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Ministério da Saúde reconhece 8 mortes de crianças indígenas

Rosa-do-purusEm nota oficial divulgada no fim da tarde de ontem, o Ministério da Saúde reconhece que 8 crianças das etnias Kaxinawá e Kulina morreram em função de um surto de diarréia aguda nas aldeias da região de Santa Rosa do Purus. Suspeita-se da existência de um rotavírus, mas ainda não há diagnósticos precisos e nem data prevista para conclusão. Os números do ministério conflitam com os dados apresentados pela Secretaria de Saúde de Santa Rosa do Purus.

Por telefone, a secretária de Saúde de Santa Rosa, Francisca Souza da Silva, admite que foram 12 mortes. De acordo com a secretária, dos doze óbitos, um ocorreu em Manoel Urbano e o outro em Sena Madureira. Ela não soube identificar a qual etnia as crianças pertenciam.

Há outro dado da secretaria de Saúde de Santa Rosa que conflita com a nota ministerial. “Foi confirmada uma morte por rota vírus”, admitiu a secretária Francisca Souza da Silva.

Ela ressalta, no entanto, que “o teste que positivou” foi o que os técnicos chamam de “teste rápido”. A secretária, que é enfermeira profissional, explica que, embora não seja um teste laboratorial, “os bioquímicos reconhecem que tem até noventa e 5% de confiabilidade”.

O Ministério da Saúde acompanha o problema desde o dia 15 de dezembro do ano passado. “Os óbitos foram registrados nas aldeias de Nova Família, Morada Nova, Novo Repouso, Nova Fronteira, Nova Aliança, Kanamari e Moema”, diz a nota. Mas, os técnicos não descartam a possibilidade de o problema ter se espalhado para outras trinta comunidades indígenas da região. “Nós estamos fazendo o monitoramento preventivo em todas as aldeias”, explica a secretária de Saúde de Santa Rosa, Francisca Souza da Silva.

Nessas missões, foram identificados 73 casos de diarreias em crianças o que podem ser um indicativo do problema.
O Governo do Acre apóia a secretaria municipal com material, profissionais em saúde e material. Atualmente, a gestão da política pública com foco na Saúde Indígena não é mais atribuição da Funasa.
Agora, existe um departamento vinculado diretamente ao Ministério da Saúde que trata do assunto. “Desde o fim do ano passado, estamos apoiando o Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Purus no processo de transição”.
A equipe de A GAZETA tentou contato com o coordenador do Departamento do Distrito Sanitário Especial Indígena, Raimundo Costa, que se negou a conceder informações sobre os problemas de sua responsabilidade.
Os locais são de difícil acesso, o que atrapalha a execução dos exames. Ontem, foi deslocada outra equipe multiprofissional para identificar e prevenir os problemas em aldeias mais distantes.

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