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Peru exige visto de haitianos e migração pelo Acre pode parar

Vistos--para-hitianosEditado ontem, um decreto presidencial do governo peruano pode pôr fim à entrada de haitianos no Brasil pelo Acre. Agora, para se chegar ao Peru, os haitianos precisam de um visto expedido em seu próprio país. Agenciados por coiotes ao preço de até U$ 1.600 e sujeitos a todos os perigos de viagem longa, os refugiados, que já chegam a 1.200 na cidade de Brasileia, recebem ajuda do governo brasileiro, mas vivem em condições precárias.

Ontem (10) um grupo de 35 deles desembarcou em Porto Velho (RO) com a esperança de que serem admitidos nas obras das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. A transferência dos refugiados é um trabalho conjunto do Governo do Estado dos ministérios das Relações Exte-riores e Justiça, que custeiam todas as despesas. Eles fizeram uma parada obrigatória em Rio Branco, onde obtiveram CPF e a Carteira de Trabalho.

Anunciando a liberação de R$ 1,5 milhão pelo Governo Federal, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Nílson Mourão, assegurou que as “medidas humanitárias” continuam. Os refugiados são assistidos com exames, remédios e três refeições diárias, além de hospedagem. Segundo Mourão, cerca de 400 deles já estariam com a documentação pronta. “A Delegacia do Ministério do Trabalho só expede 40 carteiras por dia”, explicou.
Além de Rondônia, o destino dos haitianos inclui Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP) e o próprio Acre, onde duas empresas recém-instaladas em Brasileia absorveram quase 100 deles. “Por causa da tradição humanitária do povo brasileiro, representantes de empresas de vários estados já estão selecionando trabalhadores”, informou o secretário.

A cidade amazonense de Tabatinga é outro ponto de entrada dos emigrantes. Para chegar ao Brasil por Brasileia, eles fazem a seguinte rota: Haiti-República Dominicana-Panamá-Equador-Peru-Brasil. Arrasado por guerras, a onda migratória por melhores condições de vida teve início em 2010, depois de um terremoto que devastou o país.

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