* Socorro!
* A cidade está arriando, rachando!
* É aquele trecho bem ali, no Centro, da Rua Floriano Peixoto, em frente ao Colégio São José, que há anos cai não cai.
* Vários consertos já foram feitos para segurá-lo, mas não tem jeito.
* A cada alagação do Rio Acre, as águas vão minando e o barranco vai cedendo, até engolilo de vez.
* Nada também de anormal, de extraordinário.
* É da característica do solo amazônico, o fenômeno das “terras caídas” que ainda vai perdurar por muitos e muitos anos.
* E assim acontecerá com outras ruas e avenidas do Centro da cidade, com outras edificações.
* A ponte metálica, por exemplo, resiste bravamente, mas seus dias ou anos estão ine-xoravelmente contados.
* É questão de tempo.
* Em tempo: passada mais esta alagação, é preciso fazer um debate sério, técnico sobre a questão.
* O que fazer se sabe (continuar reordenando o crescimento da cidade para áreas mais elevadas, blá, blá, blá); a questão é fazer.
* Rio Acre chegou ontem ao meio-dia na cota de 17,50m.
* A leitura que os técnicos da Defesa Civil fazem é a de que estabilizou, mas a situação é ainda preocupante, grave mesmo.
* Poderá voltar a subir e ultrapassar os 18 metros com as águas que estão descendo das cabeceiras.
* E é preciso considerar ainda as previsões da meteorologia.
* O telefone toca no meio da tarde. É um funcionário público sugerindo que o governo decrete ponto facultativo também hoje.
* Disse que ele, pelo menos, sente muito, mas não vai poder ir à repartição, porque está ‘alagado’.
* Com know-how em “alagação”, alguns abrigados no Parque de Exposição e outros locais já montaram suas banquinhas para vender bribotes e outras quinquilharias.
* A propósito, além de ter que prover tudo para os desabrigados, as equipes do governo e prefeitura ainda têm outro problema:
* ver locais adequados e alimentação para cachorros, gatos, periquitos e papagaios.
* Não só. No jogo de quarta-feira entre Vasco e ‘aquele time’, os seguranças tiveram trabalho para conter as torcidas.
* Não é fácil.
* Governador Tião Viana e o prefeito Raimundo Angelim devem ter uma conversa séria com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, que chega hoje ao Estado.
* Por exemplo, 2.800 cestas básicas não dão pra nada; é esmola.
* Alguns bairros considerados “chicosos”, como Habitasa, também começam a ser atingidos pela cheia.
* Mesmo assim, uma dondoca postou no “feice” sua foto saindo de casa com a água pelos joelhos, mas “sem perder a pose”, segundo ela.
* Vou ali comprar uma canoa e volto logo.