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PT 32 anos: a marca da ousadia

leo brito-acreO dia 10 de fevereiro marca uma data importante para o Partido dos Trabalhadores. O PT completa 32 anos de uma gloriosa trajetória, que tem como marca principal a ousadia. Nesses anos de sua curta existência, o partido provou que é possível fazer política transformando utopias em realidade.

A marca da ousadia petista vem desde sua fundação. A criação do PT marca uma ruptura com a tradição dos partidos de esquerda tradicionais, um partido de esquerda, socialista e de massas, em contraponto à estrutura centralizada dos PCs, resultante de um conjunto de forças sociais vivas da sociedade, como operários, intelectuais, camponeses e militantes sociais de comunidades de base da Igreja Católica.

Ao longo desse tempo, temos vários fatos que demonstram essa ousadia: as greves do ABC; a luta por eleições diretas; a recusa em participar do Colégio Eleitoral, que elegeu indiretamente o presidente Tancredo Neves; a criação da CUT, do MST e da CMP; a criação do Orçamento Participativo e do modo petista de governar; a criação do Fórum Social Mundial e do Fórum de São Paulo, importantes instân-cias de articulação dos partidos de esquerda. O partido legou ao país uma militância combativa e lideranças políticas com uma forte visão política e estratégica acerca dos rumos da nossa nação.

Certamente, a maior das ousadias do PT nesses 32 anos foi a de elevar ao poder aquele que é a sua verdadeira fonte: o povo brasileiro. A ousadia de lançar o operário Lula à Presidência da República e de persistir, até chegar a este objetivo em 2002 marca um novo momento em nossa vida política. À frente dos destinos do Brasil, o PT mostrou que é possível fazer diferente. Governando com o povo, fundou as bases de um projeto de país que tem como eixos centrais o crescimento econômico, com inclusão social, preservação ambiental e inserção soberana do Brasil no mundo. O governo do PT subverteu a lógica neoliberal que pairou sobre nosso país na década de 90. A ousadia do primeiro operário na presidência foi reafirmada com a eleição da primeira presidenta da história do Brasil, a companheira Dilma Rousseff.

No Acre, a história não foi diferente. Desde a luta nos empates de seus fundadores, como Wilson Pinheiro e Chico Mendes – este primeiro presidente esta-dual do partido – às lutas sindicais nas décadas de 80 e 90, até as administrações que mudaram definitivamente o modo de governar o estado do Acre, a história do PT do Acre também tem a marca da ousadia.

A maior das ousadias foi a de subverter a lógica dos modelos de desenvolvimento capitalistas exploratórios exportados para nosso estado, que ao longo de sua história sempre teve na floresta a sua base maior de inspiração. O desafio de engendrar um modelo de desenvolvimento diferenciado, gestado da alma do povo acreano, foi um desafio assumido pelo PT, que compartilhando com outras forças políticas e no exercício do poder, vem se tornando realidade.

O modelo de desenvolvimento sustentável fundado pelo PT do Acre tornou-se uma grande referência, tanto nacional quanto internacional. Calçado nas dimensões econômica, social, ambiental, cultural e política da sustentabilidade, nossos governos puderam demonstrar que é possível fazer o estado crescer, reduzindo desigualdades sociais, preservando a floresta e respeitando a identidade de seu povo.

Com a atuação dos nossos governos, iniciados por Jorge Viana, continuados por Binho Marques e agora com Tião Viana,  a auto-estima do povo voltou, uma verdadeira revolução vem sendo feita na educação, a economia cresce com forte incremento do setor florestal, o estado organizou sua base produtiva por meio do zoneamento ecológico-econômico, a infra-estrutura foi ampliada, os investimentos em inclusão social são maciços, os serviços públicos e os servidores públicos são valorizados, para citar alguns dos importantes avanços dessa nova forma de fazer política.

Todos esses avanços se deram pela decisão consciente de um povo que sonhou e que lutou por um Acre diferente, verdadeiramente respeitado. Nos processos decisórios eleitorais o PT também mostrou a marca da sua ousadia. Alguns exemplos marcam a nossa trajetória: a primeira vez que o PT, no Brasil, chegou a um segundo turno em eleições estaduais foi no Acre, tendo como candidato – pela primeira vez – um engenheiro florestal com 30 anos de idade, Jorge Viana, em 1990, em uma época em que éramos chamados pelos adversários de “meninos do PT”; a ousadia de lançar a então deputada esta-dual Marina Silva ao senado e do médico Tião Viana a governador, em 1994; e, provavelmente, aquela que foi a maior das ousadias de, após 8 anos de governos vitoriosos de Jorge Via-na, vencer as eleições para governador com Binho Marques, um nome pouco conhecido da população e que saiu do zero nas pesquisas, em 2006.

Como visto, a marca da ousadia está no DNA da trajetória do PT. E neste momento em que completa 32 anos, essa marca deve ser traduzida em um espírito permanente de renovação da política, que também é outra marca importante de nossa trajetória. Em 2012, ao apresentar o nome do companheiro Marcus Alexandre ao conjunto dos partidos da Frente Popular e à so-ciedade acreana como pré-candidato a prefeito da capital dos acreanos, o PT reafirma enfaticamente sua capacidade de ousar e de se renovar.

* Leonardo de Brito é presidente estadual do PT do Acre.

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