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Brasil vira polo de imigração de trabalhadores na América Latina

O número de trabalhadores estrangeiros no Brasil cresceu 57% no ano passado, chegando a 1,51 milhão em dezembro, segundo estatísticas do Ministério da Justiça.

 O principal fator para esse salto no número de imigrantes legais foi a chegada de trabalhadores de países vizinhos. Desde 2009, triplicou o número de imigrantes peruanos legais. O de paraguaios e bolivianos cresceu mais de 70%. Comunidades com presença antiga no país, como japoneses e europeus, têm crescido mais lentamente.

 O crescente fluxo migratório de países latino-americanos tem sido acompanhado por uma mudança significativa no perfil dos trabalhadores que vêm para o Brasil.

 Os imigrantes dos países vizinhos em geral têm baixa escolaridade e pouca qualificação. Bolivianos trabalham em oficinas de costura e como empregados domésticos; peruanos atuam como ambulantes e operários na construção. Portugueses e espanhóis ocupam postos gerenciais ou trabalham como arquitetos, engenheiros e advogados.

 Segundo Paulo Abrão, secretário nacional de Justiça, o número de latino-americanos legais no país aumentou por três motivos: boom econômico brasileiro, acordo de residência do Mercosul e anistia -os dois últimos, de 2009. O acordo autoriza cidadãos do Mercosul, da Bolívia e do Chile a entrar sem visto no Brasil, somente com registro na Polícia Federal, e a pedir residência temporária.

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Governo quer atrair imigrante qualificado

 O governo brasileiro quer criar um programa para atrair imigrantes mais qualificados para o país.

 O secretário de Ações Estratégicas da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros, está formando um grupo de especialistas para desenhar um pacote de incentivos à imigração de mão de obra qualificada, incluindo facilitação de vistos.

 Atualmente, a entrada de mão de obra barata, latino-americana, cresce muito mais rapidamente. Mas existe um número crescente de profissionais com curso superior, “refugiados da crise europeia”, em busca de oportunidades no Brasil.

 O número de autorizações de trabalho para portugueses mais que duplicou entre 2010 e 2011 (comparando dados até setembro), subindo 108%. Para espanhóis e italianos, houve crescimento de 24,5%. A maioria dessas autorizações é concedida para profissionais que têm pelo menos nível superior. Outros estrangeiros vêm como expatriados, transferidos de suas empresas ou sócios.

 É gente como a portuguesa Maria da Paz Tierno Lopes, 40, que chegou ao Brasil em maio do ano passado. Formada pela Universidade Lusíada em Lisboa, com mestrado pela americana Fordham University, Maria da Paz trabalhava em um grande escritório de Lisboa, o Cuatrecasas, Gonçalves Pereira. Foi convocada quando o escritório abriu filial no Brasil. 

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