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Casal homossexual é agredido no Mercado do Bosque

O empresário Rizomar dos Santos Araújo e Saulo Alberto dos Santos de Araújo foram agredidos na madrugada de quarta-feira, no Mercado do Bosque. Depois de muito bate-boca, eles receberam socos e pontapés de homens ainda não identificados. As vítimas registraram queixa na 1ª Regional e fizeram exame de corpo de delito. Há suspeita de crime de homofobia.

Rizomar
De acordo com o boletim de ocorrência, o casal estava no local quando um dos desconhecidos lançou molho de pimenta no rosto de Saulo Araújo. Rizomar, ao vê o amigo em apuros, levou-o para um banheiro. Quanto o casal retornou, um grupo de pessoas teria dito “pega essas ‘bichas’ que elas querem pau”. Neste momento, os homens passaram a agredi-los.

Com a iminente chegada da polícia por causa do tumulto, os rapazes fugiram do local em um veículo Gol prata, placa 9787. O boletim também registra o furto de uma carteira e um celular de Rizomar, que é proprietário de uma agência de viagens.

Pelo Facebock, o ativista dos direitos humanos, Moisés Alencastro, assim se posicionou: “Isso é repulsivo. Meus amigos foram perseguidos, insultados e agredidos. A ação dos agressores foi uma clara, absurda e descabida demonstração homofóbica. Membros do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos e da Associação dos Homossexuais do Acre (Ahac) vão solicitar rigor nas investigações”, declarou ele.

A reportagem de A GAZETA conversou com algumas pessoas, que pediram para não ser identificadas. Elas contam uma versão diferente do ocorrido. Rizomar e Saulo, acompanhados por duas mulheres, teriam feito algazarra e provocado os rapazes. Ainda segundo as testemunhas, a confusão começou quando uma das mulheres, ao pedir uma caneta e não ter sido atendida, passou a agredir verbalmente uma trabalhadora.

A mulher, que teria se identificado como jornalista, também insultou todos presentes chamando-os de pobres e ignorantes. “Como todo o apoio deles [o casal agredido], ela passou muito tempo xingando todo mundo. Quem é que gosta de ser chamado de burro porque não fala inglês? Foi legítima defesa. Se eles não batessem naqueles arruaceiros, a nossa turma ia mostrar como o acreano faz ao ser xingado na sua própria terra”, disse uma das trabalhadoras, acrescentando que o grupo exibia cédulas de dólares e euros.

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