Membros de várias cooperativas foram à Assembleia Legislativa (Aleac) na manhã de ontem para protestar contra as declarações de parlamentares, que na semana passada afirmaram existir irregularidades em algumas cooperativas de serviços. Na ocasião, o segundo-secretário da Casa, deputado Luiz Tchê (PDT) disse que iria apresentar um projeto propondo o fim de contratos do Governo do Estado com cooperativas de serviço.
Mesmo com as manifestações de apoio por parte de alguns parlamentares, o clima chegou a ficar tenso, com os manifestantes virando de costas no momento do pronunciamento do deputado Wherles Rocha (PSDB).
O segundo secretário da Casa, deputado Luiz Tchê (PDT), fez questão de esclarecer que não fez nenhum pronunciamento contra as cooperativas. Ele disse que está preo-cupado com casos de algumas cooperativas que não estão obedecendo a legislação, sem o cumprimento da distribuição de lucros e sem pagar direitos trabalhistas.
“Em nenhum momento me posicionei contra as cooperativas. Pelo contrário, quero é defender os direitos dos cooperados e evitar que pes-soas se aproveitem, enganando trabalhadores. O PDT é um partido que sempre defendeu os trabalhadores. Lembro que apoiei os primeiros debates sobre cooperativas nesta Casa. Mas se existem problemas, precisamos resolver”, explicou.
Para Tchê, as cooperativas são importantes e garantem a geração de emprego e renda para milhares de pessoas. Mas afirma que é preciso preservar os direitos dos trabalhadores que fazem parte das cooperativas.
“Não estou falando de uma maneira geral. Mas se existem indícios de irregularidades, precisamos agir, pois os trabalhadores estão sendo prejudicados. Estou defendendo os direitos dos trabalhadores”, afirmou.
O deputado Wherles Rocha (PSDB) também fez questão de esclarecer que em momento algum se posicionou contrário às cooperativas. Ele disse que apenas usou a tribuna para cobrar explicações sobre as denún-cias que os trabalhadores estavam sendo prejudicados.
Rocha lembrou que faz parte de uma cooperativa e que jamais se posicionou contra a existência de cooperativas, mas tentou apenas defender os direitos dos trabalhadores. “Faço parte de uma cooperativa. Defendo o cooperativismo, mas não podemos aceitar que pessoas se beneficiem injustamente, prejudicando os trabalhadores”, disse.
Durante reunião com os parlamentares, representantes das cooperativas lamentaram as declarações e negaram qualquer tipo de irregularidades. Eles apresentaram vários dados, revelando o número de pessoas que atualmente são beneficiadas através das cooperativas.
O superintendente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) no Acre, Valdomiro Francalino, esclareceu que a maior preocupação da entidade é com a imagem do cooperativismo.
“Podem ter certeza que nosso maior interesse é preservar a imagem das cooperativas. Se existem indícios de que alguma irregularidade, vamos denun-ciar aos órgãos competentes e apurar o caso. Além disso, tem o Ministério Público, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União para fiscalizar as cooperativas. Só não podemos é aceitar afirmações como as que foram ditas”, ressaltou.
