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Institutos federais da região Norte oferecem formação aos haitianos

Institutos federais de educação, ciência e tecnologia da região Norte estão oferecendo formação a imigrantes haitianos que têm ingressado no Brasil em grande quantidade, nos últimos meses, e já somam em torno de 4 mil. O objetivo dessas instituições é promover a integração e oferecer oportunidade nos mercados de trabalho locais. Desde agosto de 2011, o Instituto Federal do Amazonas oferece qualificação em construção civil a 25 haitianas, por meio da ação Mulheres Na Construção Civil, no âmbito do programa Mulheres Mil.

 Na primeira fase do curso, as beneficiárias tiveram aulas de língua portuguesa, geografia e história do Amazonas e aspectos culturais. Em seguida, ocorreu a preparação para o mundo do trabalho com noções de relações humanas, direito e saúde da mulher e segurança do trabalho. Em 2012, as beneficiárias terão a formação profissional com noções de aplicação de cerâmica e azulejo, tipos cerâmicos e técnicas de aplicação e acabamento.

 No estado, os imigrantes geralmente chegam pela cidade de Tabatinga e vão para Manaus, a uma distância de 1 mil km, em busca de emprego e moradia. Na capital amazonense eles são acolhidos em uma paróquia. As aulas para as haitianas beneficiárias do programa Mulheres Mil acontecem no campus Manaus Centro.

 De acordo com a pró-reitora de extensão do instituto do Amazonas, Sandra Darwich, o projeto qualificará as mulheres com competências voltadas para assentamento de azulejo e acabamento de parede. “Com o Mulheres Na Construção Civil, espera-se que as participantes sejam capazes de produzir e gerar renda como ceramistas, azulejistas, e que sirvam como referência para motivar mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica”, explica.

Acre – Em janeiro deste ano, servidores do Instituto Federal do Acre estiveram nos municípios de Brasiléia e Assis Brasil, em uma ação em prol dos haitianos. O objetivo foi realizar um levantamento sobre as condições dos estrangeiros que estão em processo de imigração para o Brasil pelas fronteiras acreanas, com vistas à elaboração de um programa de atendimento. Foram aplicados 298 formulários para identificar por que escolheram o Brasil, se possuem agravo de saúde, qual a formação profissional, escolaridade e quantos são os membros da família, entre outras questões.

 Em janeiro de 2010, um terremoto atingiu o Haiti e deixou pelo menos 200 mil mortos e 3 milhões de desabrigados. A situação do país, que já recebia ajuda humanitária, agravou-se e desde então haitianos ingressam ilegalmente no Brasil pela fronteira entre Peru e o estado do Acre. Cerca de 1,6 mil já tiveram a situação regularizada, mas o governo brasileiro iniciou medidas de restrição a emissão de vistos e faz vistorias nas fronteiras para coibir a ação de coiotes, que são pagos para trazer os imigrantes até o país.

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