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Lago da usina de Santo Antônio põe BR 364 em risco e ameaça ‘isolar’ o Acre

DSC00049Apesar de todos os estudos de impacto ambiental, a Usina Hidrelétrica (UHE) de Santo Antônio causou um efeito inesperado nos últimos dias. O lago da usina represou e passou a atingir a ponte metálica da centenária Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM), no distrito de Jacy Paraná, a cerca de 90 Km de Porto Velho. O fenômeno fez a construtora da usina abrir um ‘valão’ na cabeceira da ponte para dispersar a água do rio. O problema é que a medida emergencial agora coloca em risco trechos da BR 364, ameaçando ‘isolar’ o Acre.

Tudo começou com a cheia do Rio Madeira, que teve uma mudança natural de seu curso em decorrência da construção da UHE de Santo Antônio. O rio ganhou volume repentinamente, ficando apenas a poucos centímetros de deixá-la submersa.

Isso passou a ameaçar o trecho da histórica estrada de ferro em Jacy Paraná, só que nenhuma ação definitiva para resguardar o local foi tomada pelo consórcio. Quando o rio encheu de vez, ele começou a atingir a ponte da Madeira Mamoré, forçando-a no sentido rio abaixo.

A partir daí, a construtora abriu um ‘valão’ (um tipo de canal) na cabeceira da ponte de concreto, como medida de emergência para tentar salvar a ponte. A medida serviu tanto para dar ‘vazão’ ao rio, quanto para dar passagem a pequenas embarcações. Os trilhos da estrada no local foram removidos e levados para a armazenagem em um local seguro. Parecia a solução, mas a medida culminou gerando efeitos colaterais indesejáveis.

Passado algum tempo, a vala aberta para permitir a passagem do rio acabou colocando em risco a estrutura da ponte. E o dano pode ser difícil de contornar. Com a entrada da água no local, o solo começou a ter suas primeiras ações erosivas sobre todo o território da cabeceira da ponte, o que passou a ameaçar a trafegabilidade na BR 364. Se a vala para dar ‘vazão’ ao rio não for desfeita logo, pode se tornar necessária uma ação reparatória na cabeceira da ponte de concreto, a fim de impedir que a BR 364 (que já é avaliada como a 8ª pior em trafegabilidade do país) ceda de vez e ‘isole’ o Acre do restante do país. 

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