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Meteorologistas preveem que nível do rio Acre bata recorde

A Defesa Civil informou que o rio Acre mostrou os primeiros sinais de vazante, apesar das chuvas que atingem Rio Branco na madrugada nesta segunda-feira. As águas desceram 3 cm, caindo de 17,64 m para 17,61 m.

A marca não ultrapassou a cheia histórica (em 1997 chegou a 17,66 m), mas meteorologistas preveem que o recorde no volume de água será quebrado em breve por causas das chuvas.

Lúcia Gularte, chefe do 1º Distrito do Inmet, responsável pelo monitoramento na Amazônia ocidental, disse que do início de fevereiro até a manhã de hoje choveu 505,02 mm em Rio Branco.

O esperado, segundo ele, era uma média de 284,8 mm. “Choveu 77% acima do esperado e ainda tem muita chuva por vim”, disse.

As fortes chuvas estão relacionadas ao fenômeno La Niña –resfriamento das águas do oceano Pacífico–, segundo o Inmet. A situação é mais crítica porque a região Norte enfrenta “inverno amazônico” –o período de chuvas entre os meses de dezembro e maio.

O meteorologia independente Davi Friale, que divulga todos os dias a previsão do tempo na rádio Boas Novas, em Rio Branco, acredita que o rio Acre subirá de nível novamente.

“A Defesa Civil deve continuar com as operações de retiradas de famílias das áreas de risco porque as inundações vão piorar. A probabilidade é de 95% do rio Acre ultrapassar a cheia histórica”, disse Friale.

Outro problema da cheia no Acre, segundo o Serviço Geológico do Brasil, é que as águas do rio Purus, na cidade de Boca do Acre (AM), continuam subindo. Lá o nível do rio subiu para 20 m, alcançando a taxa de emergência. “As águas do Purus vão represar as do rio Acre, então a tendência é de mais transbordamentos”, afirmou o engenheiro hidrólogo Daniel de Oliveira.

As chuvas elevaram para 101.320 o número de pessoas atingidas pela cheia do rio Acre em Rio Branco. A capital, que tem mais de 336 mil habitantes, está em calamidade pública em 37 bairros e 22 comunidades rurais.

Segundo a Defesa Civil do Acre, 133.387 pessoas foram atingidas pelas cheias no Estado. Uma morte foi registrada. “Estamos em estado de alerta, e as equipes continuarão nas áreas mais afetadas”, afirmou o coordenador da Defesa Civil, coronel João Jesus de Oliveira.

São mais de 25 mil imóveis inundados na cidade e 6.510 pessoas em abrigos. Na zona rural, a prefeitura estima prejuízos na ordem de R$ 18 milhões na agricultura. (Folha.com)

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