Os funcionários que exercem a função de digitadores para a empresa Ornelas, no Posto Fiscal da Secretaria de Finanças do Estado (Sefin), podem entrar em greve a qualquer momento por falta de pagamento. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Terceirização em Geral e Prestação de Serviço de Rondônia (Sintelpes), os funcionários do Portal da Amazônia estão há dois meses sem receber o auxílio alimentação, e ainda não receberam o pagamento do salário, referente ao mês de janeiro. Segundo o secretário da Sefin, Benedito Alves, o Governo do Estado já repassou parte do pagamento à empresa na sexta e o restante foi repassado na quinta.
Segundo o secretário de Finanças, a empresa Ornelas Comércio, Serviços e Locação de Mão de Obra Ltda, de Porto Velho, que atualmente presta serviços à Sefin, não tinha certidão negativa, por isso o atraso no pagamento. “A culpa não é nossa. Mas agora o pagamento já foi feito e a empresa vai poder acertar com os funcionários e, com certeza evitar que a greve ocorra”, fala Alves.
Conforme o Sintelpes, a paralisação vale para todo o Estado, já que a empresa presta serviços em outros municípios rondonienses. Segundo o Sindicato, a firma teria algumas pendências também em relação ao pagamento de horas ‘in intinere’, que são horas extras, porém, não são aquelas prestadas no local de trabalho e, sim as horas gastas pelo empregado no trajeto de sua residência ao trabalho e vice e versa. “É um absurdo. Temos contas a pagar. Vamos ver o que a empresa vai resolver”, falou um dos funcionários que não quis se identificar.
O Sindicato disse que já notificou a empresa e que ela tem até a data de início da greve para apresentar documentos que comprovem os pagamentos das verbas e dos benefícios.
O prazo dado pelo Sintelpes é de 24h. A previsão era que a partir de quarta os funcionários entrassem em greve, porém, o Diário visitou as instalações no Portal da Amazônia e os serviços seguem normais. Os digitadores disseram que aguardam a decisão final por parte do Sindicato.
De acordo com a encarregada da empresa em Vilhena Elizama Bearis, o governo não repassa o dinheiro para a Ornelas desde outubro do ano passado. “Já são mais de 4 meses que o pagamento está atrasado. Nossa previsão é pagar os funcionários até o dia 27 deste mês, mas dependemos do Governo”, garantiu Elizama.
Contratempos – Caso os digitadores cruzem os braços definitivamente, os transtornos e prejuízos poderão ser inevitáveis, já que o trabalho desses profissionais está ligado às atividades fazendárias no Posto Fiscal. A preocupação de alguns empresários e consumidores é quanto ao abastecimento de mercadorias nos mais variados segmentos do comércio do Estado. “As mercadorias podem ficar ainda mais caras, inclusive o petróleo”, disse o comerciante Pedro Henrique Sobrinho.
Como Vilhena é o portão de entrada para os estados da Amazônia Ocidental, diariamente passam centenas de caminhões carregados de mercadorias pela cidade Clima da Amazônia para abastecer Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima. (Diário da Amazônia)