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Unesco avalia como ruim a educação brasileira

Luísa Galvão Lessa       colunaletras@yahoo.com.br“>colunaletras@yahoo.com.br

 No atual mundo globalizado, onde as fronteiras físicas não mais representam um obstáculo para a livre circulação tanto de mercadorias, como de pessoas e de pensamentos, a educação tornou-se crucial para a promoção do crescimento e para a melhor distribuição de riqueza. É neste contexto de crescente competitividade que tanto países desenvolvidos quanto aqueles em desenvolvimento, caso do Brasil,  devem buscar, com urgência, aprimorar seus sistemas educacionais. É preciso avançar em políticas adequadas e sair do atraso educacional.

 No Brasil, os elevados índices de repetência e de abandono da escola foram apontados, em relatório da UNESCO, entre os mais elevados da América Latina. O índice de repetência no ensino fundamental (18,7%) fica expressivamente acima da média mundial (2,9%). O alto índice de abandono nos primeiros anos de educação também alimenta a fragilidade do sistema educacional, com um percentual de 13,8% de alunos que largam os estudos já no primeiro ano no ensino básico. Neste quesito, o País só fica à frente da Nicarágua (26,2%) na América Latina e, mais uma vez, bem acima da média mundial (2,2%).

 Na avaliação da UNESCO, o Brasil poderia se encontrar em uma situação melhor se não fosse à baixa qualidade do seu ensino. Das quatro metas quantificáveis usadas pela organização, o País registra altos índices em três (atendimento universal, igualdade de gênero e analfabetismo), mas um indicador muito baixo no porcentual de crianças que ultrapassa o 5º ano. Problemas que a educação brasileira ainda enfrenta, a estrutura física precária das escolas e o número baixo de horas em sala de aula são apontados pelos técnicos da UNESCO como fatores determinantes para a avaliação da má qualidade do ensino.

 De acordo com a organização, o aumento da pobreza e os cortes nos orçamentos públicos das nações podem comprometer os progressos alcançados na educação na última década, principalmente nos países pobres. Enquanto os países ricos já estão criando as condições necessárias para sua recuperação econômica, muitas nações pobres enfrentam a perspectiva imediata de uma degradação de seus sistemas educativos.

 Diante de tal quadro, o Brasil precisa agir, ter políticas eficazes. O que não se pode permitir é o surgimento de uma “geração perdida”, crianças privadas da possibilidade de receber uma educação que lhes permita sair da pobreza, ter uma profissã, competir no mercado de trabalho.

 A UNESCO avalia que a comunidade internacional não deverá alcançar nenhum dos seis objetivos estabelecidos em 2000, em Dacar, no Senegal, para a universalização do ensino fundamental até 2015. Segundo o relatório, seria necessário cobrir um déficit de US$ 16 bilhões para atingir essas metas, acabando com o analfabetismo, que hoje atinge cerca de 759 milhões de adulto no mundo, e possibilitando que as mais de 140 milhões de crianças e jovens que continuam fora da escola tenham a oportunidade de estudar.

 O Brasil está entre os 53 países que ainda não atingiram e nem estão perto de atingir os Objetivos de Educação para Todos até 2015, apesar de ter apresentado importantes avanços no campo da educação, ao longo das duas últimas décadas. Há uma multidão fora da escola, assim como há ensino de péssima qualidade. Isso sem contar com o miserável salário pago aos educadores do país.

 A UNESCO, sendo a agência incumbida da coordenação da política global em direção à Educação para Todos (EPT), monitora a implementação das atividades, avaliando os progressos realizados, analisando as políticas efetivamente formuladas, disseminando conhecimentos sobre as boas práticas e alertando quanto aos desafios emergentes. O Brasil necessita, urgentemente, melhorar seu perfil educacional. Se não avançar nesse campo, os demais ficam prejudicados. Sem um sistema educacional sólido nenhum páis do mundo dá um salto de qualidade. É preciso investir, maciçamente, em educação que é a mola propulsora do progresso.

DICAS DE GRAMÁTICA

SOS, ESTÁ DOENDO NOS OUVIDOS! NA ARENA DA FLORESTA?!
– Por Deus, Não! Trata-se de um Estádio de Futebol Arena da Floresta. Portanto, “Os jogos acontecem no Arena da Floresta [que é o Estádio de Futebol]. É preciso aprender essa lição.

CIÚME OU CIÚMES?
– Ora, ciúme denota um sentimento exacerbado de posse de algo ou alguma coisa, pessoa,etc. Observe: UM sentimento. Sendo assim, a não ser que a pessoa queira colocar que durante um momento, dia ou época sofreu vários sentimentos de posse em relação a um objeto, pessoa ou coisa, deve dizer: ‘…tenho ciúme de ti…’ ou ‘…Maria tem ciúme de José…’ e não ciúmes.

Luísa Galvão Lessa – É  Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montréal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.Membro da Academia Brasileira de Filologia. Membro da Academia Acreana de Letras.

 

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