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Casas correm o risco de desabar no bairro da Base

Casasss11O Rio Acre tem apresentado vazante desde o último domingo (26). Na última medição feita, o nível na Capital já estava em 13,68m. Neste momento, várias famílias estão voltando para seus lares, mas os problemas não acabaram: muitas casas correm o risco de desabar.

Moradores da Base, bairro às margens do Rio Acre e um dos primeiros a ser atingido pela enchente, estão deixando suas moradias. As casas foram construídas bem próximas aos barrancos, que a cada instante desmoronam.
Ana Paula, moradora do local, falou que estava se preparando para voltar à sua casa. “Eu sai daqui quando a água atingiu minha casa. Na sexta, voltei para limpá-la e, de repente, o banheiro caiu e a casa começou a ficar torta. Retirei as minhas coisas e saí imediatamente”.

A moradora afirma que alugou um apartamento para morar provisoriamente. “Tive que alugar um apartamento, porque parte da minha família está no parque. Mas lá tem muito roubo. Vou procurar a Defesa Civil pra conseguir um auxílio para pagar meu aluguel. Não tenho condições financeiras”, disse Ana Paula.

Anne Braga, moradora do bairro, disse que a Defesa Civil só fez a vistoria no bairro na sexta-feira. Antes, as equipes sequer haviam passado lá. “Desde que começou a enchente, a Defesa Civil não tinha passado por aqui. Nós mesmos que retiramos as nossas coisas quando começou a alagar. Vieram aqui na minha casa avaliar se corria o risco de desabar, se iriam interditar, mas disseram que iriam voltar depois. Eu estou com medo. De noite, nem consigo dormir com tanta preocupação. Medo de a minha casa cair. Fiz minha inscrição no programa do governo para ganhar um novo lar há mais de 4 anos, mas até agora não consegui. Quero sair desse lugar pra não correr mais riscos”.
 
Monitoramento – Equipes da Defesa Civil estão fazendo o monitoramento em todos os bairros atingidos pela enchente, para verificar quais áreas correm o risco de desmoronar. De acordo com o major George Santos, da coordenação municipal da Defesa Civil, famílias já estão sendo retiradas dos locais de risco. “Na sexta à noite, estivemos na Base, retiramos 5 famílias e interditamos as casas. Várias equipes estão divididas nos bairros onde a água já baixou para avaliar em quais locais as casas podem desabar. Diariamente fazemos essas visitas. Não queremos que nenhum morador corra riscos”, afirmou George.

Municípios atingidos pela enchente no Acre recebem antenas de comunicação via satélite
Acordo de cooperação técnica firmado entre o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) do Acre permitiu o envio de 26 antenas VSAT para viabilizar acesso a telefone e internet por satélite e facilitar ações de segurança no Estado.

As dez primeiras antenas partiram do Centro Regional de Porto Velho no último dia 16 de fevereiro, durante visita da diretora executiva de inteligência da Sesp, Alieth Maria Gadelha, e já começaram a ser instaladas. Desde a semana passada, a equipe formada por integrantes dos dois órgãos instalou uma antena em Brasileia (Polícia Militar), duas em Assis Brasil (Polícia Militar e Delegacia de Polícia Civil) e uma Epitaciolândia (Corpo de Bombeiros). Localidades como Porto Walter, Jordão, Marechal Thaumaturgo, Santa Rosa do Purus e Cruzeiro do Sul ainda receberão os equipamentos restantes.

Segundo Alieth, a princípio, o auxílio do Sipam para prover acesso à internet nestes locais se justificaria para interligação dos mesmos ao Sistema Integrado de Gestões Operacional (Sigo), em que informações de segurança pública são compartilhadas com o Ministério Público Estadual e o Judiciário. Entretanto, com a cheia do Rio Acre, as antenas chegaram em boa hora e foram, algumas vezes, a única forma de comunicação disponível.
“Em Brasileia, assim que acabamos de instalar a VSAT, a prefeita pôde ligar ao governador para relatar a situação em que se encontrava o município”, conta Vitorinha Ouro, técnica do Sipam. O município foi um dos mais atingidos pela cheia e, ao lado da Capital Rio Branco, teve decretado estado de calamidade pública.

Sistema também apoia equipes de resgate
 Antenas VSAT também foram emprestadas às tropas da 17ª Brigada de Infantaria de Selva que partiram de Porto Velho rumo ao Acre para auxílio às vítimas da enchente. Uma vez que diversos locais alagados tiveram a energia cortada por razões de segurança, os militares puderam contar com o equipamento para garantir a comunicação. Segundo o governo do estado, 18,3% de sua população foi afetada pela alagação. (Ascom Sipam)

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