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Mais de 500 famílias ainda estão abrigadas no Parque de Exposições

As chuvas cessaram no último fim de semana, mas o nível do Rio voltou a ultrapassar a cota de transbordamento na Capital, medindo 14,18 metros. Apesar de as águas estarem estabilizadas, bairros como o da Baixada do Habitasa, Airton Sena e Seis de Agosto estão parcialmente inundados. Por conta disso, muitas famílias estão alojadas nos 5 abrigos disponibilizados pelo Governo do Estado e pela prefeitura.

Segundo Estefânia Pontes, Secretária de Assistência Social, os abrigos cedidos (Sest-Senat, Ginásio Coberto, Sebrae e Sesc) serão desativados. “Iremos fazer o remanejamento destas pessoas para o Parque de Exposições. Cerca de 60 famílias estão nestes abrigos. Como muitas já saíram do parque, decidimos concentrar os desabrigados em um só lugar. A estrutura do abrigo da Amadeo Barbosa vai continuar e caso o nível do rio suba, as famílias que retornarem irão ser encaminhadas pra lá”, explicou.

A secretária também informou que, com a saída das famílias, muitos voluntários deixaram de ajudar. “Quando o nível do rio baixou e as famílias retornaram para suas casas, os voluntários deixaram de vir. Só aqui no parque temos mais de 530 famílias. É muita gente. Precisamos que os voluntários que fazem parte das igrejas, universidades retornem”, pediu Estefânia Pontes.

Aluguel Social

 Rosely da Silva, 25 anos, está há mais de 15 dias no abrigo do parque de exposições com o marido e a filha. Desempregada, ela não tem um lugar para aonde ir. “A casa que eu morava, lá no Taquari, era de uma senhora. Eu cuidava da casa e, aos finais de semana, fazia faxina na casa dela. Com essa alagação, a casa corre risco de desabar e eu não vou arriscar a minha vida e da minha família voltando pra lá. Perdi roupas, eletrodomésticos… tudo”.

 Com apenas R$ 30,00 mensais do programa Bolsa Família, Rosely afirmou que não tem condições de pagar aluguel. Ao procurar a assistência social para conseguir um auxílio, ela recebeu uma resposta negativa. “Fui na assistência social do parque para tentar ganhar o aluguel social, mas mandaram eu ir  procurar a casa de parentes. E agora, como eu faço? Minha família mora em Acrelândia. Não tenho ninguém aqui. Estou aqui porque não tenho para aonde ir. As roupas que recebi não deram em mim. Falta higiene. Ninguém consegue usar os banheiros. Estou desesperada”, lamenta Rosely.

 Antônio Torres, Secretário de Desenvolvimento Social, informou que o aluguel social é priorizado para as famílias com casos mais graves. “A Defesa Civil identifica as casas que estão em área de risco ou desabando, faz um laudo e nos envia o relatório. A prioridade é pagar o aluguel para essas famílias. Elas assinam um termo e demolimos essas casas e interditamos as áreas. Vamos resolver, em primeiro lugar, os casos mais emergenciais”.

 O secretário informa que os donos das residências que não foram vistoriadas e que estão correndo risco de desmoronar devem procurar a Defesa Civil. “Após resolvermos esses casos de emergência, iremos atender os outros. Quem estiver em área de risco, deve procurar a Defesa Civil e, enquanto não for resolvido, tentar se abrigar na casa de parentes ou amigos”.
O critério de valores do aluguel social varia de acordo com a quantidade de pessoas nas famílias. “Para famílias que têm até 4 membros o auxílio é de R$ 300,00. De 5 a 7 pessoas, R$ 400,00 e acima de 8 o valor é de R$ 500,00. As famílias permanecem no aluguel até o Estado ceder uma casa do programa de habitação”, informou Torres.

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