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Barão do Rio Branco é homenageado no centenário de sua morte

O Senado fez uma sessão especial na manhã desta segunda-feira, 05, em homenagem ao Barão do Rio Branco, por ocasião do centenário de seu falecimento. O evento foi solicitado pelo senador Jorge Viana como forma de resgatar e reconhecer a importância deste advogado, político, historiador, jornalista e diplomata para a história do Brasil, especialmente na consolidação das fronteiras do país.
Homenagem Barão 2
O presidente do Senado, José Sarney, no discurso de abertura, fez um resgate da história do Barão do Rio Branco, a quem definiu como o maior brasileiro do século XX. Sarney assinalou que José Maria da Silva Paranhos Júnior – o Barão -, ministro das Relações Exteriores no governo de Rodrigues Alves, deu início a uma nova maneira de “pensar o país”. “Rio Branco foi além de um grande estadista brasileiro. Foi um herói. Ele venceu todas as batalhas na conquista de territórios para o Brasil.

Outros países conquistaram à base de sangue e de batalhas. Rio Branco, ao contrário, buscou a negociação, criando essa consciência nacional do diálogo que até hoje permanece no nosso país”.

Jorge Viana iniciou o discurso agradecendo as palavras de homenagem do presidente do Senado. Como representante do estado do Acre, Jorge Viana fez questão de ressaltar o papel decisivo do Barão do Rio Branco no processo que tornou o território acreano oficialmente brasileiro. “Temos, lá no Acre, um sincero e profundo sentimento de gratidão pela obra deste homem que reconheceu a injustiça e o abandono a que estavam relegados os brasileiros do Acre em um momento crucial de nossa história, bem como soube encontrar os meios necessários para solucionar uma das questões mais difíceis e complexas de toda a nossa história diplomática. Quem conhece o povo acreano sabe que temos muito orgulho de nossas raízes”, afirmou o senador, ressaltando que o Barão foi também inovador ao implementar uma política de consolidação do Brasil no cenário internacional.

“Ao longo de toda sua extraordinária atividade diplomática, que conquistou a consolidação definitiva de nossas fronteiras, o Barão do Rio Branco sempre se comportou como quem dispunha da mais absoluta consciência de que o Brasil estava destinado a liderar, mais cedo ou mais tarde, não só a América Latina, mas também, em grande medida, o cenário internacional, antecipando em quase um século o que hoje já se apresenta a todos nós como tão evidente”, disse Jorge Viana durante a homenagem.

O também senador acreano Aníbal Diniz enalteceu o espírito humanista e pacifista do Barão do Rio Branco. “Se não fosse por sua intervenção, nós teríamos muito mais derramamento de sangue naquele conflito da Revolução Acreana liderada pelo Coronel Plácido de Castro. Na questão do Acre não há como ignorar o papel decisivo desempenhado pelo Barão do Rio Branco, que integrou ao nosso território uma área de 900 mil quilômetros quadrados e definiu 32% de nossas fronteiras terrestres.”

A sessão especial também teve como oradores os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Ana Amélia Lemos (PP-RS) e João Capiberipe (PSB-AP). Compareceram à sessão o diretor-geral do Instituto Rio Branco, embaixador Georges Lamazière; o Presidente da Fundação Alexandre Gusmão, Gilberto Vergne Sabóia;  o Diretor da Biblioteca da Floresta, Marcos Afonso, representando o governador do Estado do Acre Tião Viana, diplomatas e estudantes do Instituto Rio Branco.

Quem foi o Barão do Rio Branco
O Barão do Rio Branco nasceu no Rio de Janeiro em abril de 1845, filho de José Maria da Silva Paranhos e Dona Teresa de Figueiredo Paranhos. A relação com a diplomacia vinha de família. Seu pai, Visconde de Rio Branco, é considerado por muitos historiadores o maior estadista de sua época.

Em 1866 José Maria da Silva Paranhos Júnior recebeu o diploma de bacharel pela Faculdade de Direito do Recife e, em seguida, partiu para a Europa. Depois de visitar o Brasil para despedir-se do pai que tinha morrido, Paranhos voltou à Europa. Nessa viagem, fez amizade com o Imperador Pedro II, que lhe deu o título de barão.

Entre os estudos históricos, Rio Branco dedicou atenção especial às fronteiras do Brasil. Foi Ministro das Relações Exteriores durante os mandatos dos presidentes Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca. Foi promotor público em Nova Friburgo e deputado por Mato Grosso, ainda na época do Império.

Resolveu questões de fronteiras entre o Amapá e a Guiana Francesa, entre Santa Catarina e Paraná contra a Argentina. Como chanceler, conduziu a questão da incorporação do Acre ao Brasil na disputa com a Bolívia por meio do Tratado de Petrópolis, em 1903. Faleceu, tendo legado ao Brasil o mapa definitivo do Estado Brasileiro. (Assessoria)

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