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Bebida x adolescente: uma mistura perigosa

A alarmante quan-tidade de adolescentes bêbados nas últimas festas que frequentei me fez pensar, durante dias, como tudo está mudando tão rápido em Rio Branco. Antes a fiscalização do Juizado do Menor era mais rígida. Hoje em dia, dificilmente você encontra um agente em uma dessas festas.

De acordo com o Artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente, é crime vender ou fornecer bebida a um menor. Mas em nenhum lugar essa orientação é seguida. As bebidas alcoólicas e “baladas” estão cada vez mais presentes na rotina dos adolescentes. Apesar da legislação, a dificuldade para comprar bebidas e a entrada nas festas sem apresentação de documentos é quase inexistente.

Grande frequência em festas conhecidas como open-bar virou moda. Todos os tipos de bebidas (vodca, uísque, cerveja, drinks) são distribuídas livremente por um preço mais acessível. Para muitos, ser descolado é beber e frequentar lugares onde só os maiores de idade deveriam estar. Irregularidades e fácil acesso fazem com que os jovens não enxerguem isso como algo ruim. E se experimenta bebida, qual é o empecilho de experimentar outras drogas?

Há seis anos atrás (época que eu lembro),  menores de 16 anos não entravam em festa sem identidade e acompanhante de nenhuma maneira. Comprar bebidas? Pior ainda. Além do mais, agentes de proteção exerciam a vigilância e apreendiam os que desrespeitavam a lei. Hoje em dia, é normal você ir a uma festa (que parece mais uma matinê) e ver adolescentes de 13, 14 anos bêbados, sendo carregados pelos amigos… Agora pergunte se existe um “santo” fiscalizando?

Claro que o papel dos pais é o principal de grande importância nessa causa. Dar exemplo, impor limites, conversar e checar os locais onde os filhos frequentam. A educação vem de casa. Porém, muitos nem desconfiam que seus “anjinhos” aprontam.

Por outro lado, o Juizado do Menor tem o dever e obrigação de prestar relevantes serviços em prol da criança e do adolescente. Tem que fazer valer a lei. Resolver os casos e encaminhar aos responsáveis.

Bom, como parte da sociedade, espero que algo seja feito. A nossa juventude está se perdendo. Estamos esperando o pior acontecer? Não queremos ver jovens dependentes do álcool, visitando reuniões dos Alcoólicos Anônimos, em uma clínica de reabilitação ou morrendo. Vamos lá agir de acordo com a lei, multando e detendo, para que lá na frente esse problema não se transforme em uma bola de neve e os nossos jovens não se tornem viciados.   

Evely Dias – evelydias@gmail.com

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