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Wilpidio Hilario de Souza delegado Nota Dez

*Uma vida pessoal e profissional sem manchas faz do ex-delegado Wílpido Hilário uma memória viva dos tempos em que se caminhava com segurança pelas ruas da Capital.

Por Juracy Xangai

Familiares e amigos recordam com saudades a figura educada, formal e sempre muito elegante do delegado que cultivava amizades e que se destacava, especialmente, pela vida harmoniosa em família. Delegado Hilário não estava preocupado em aparecer nas manchetes da imprensa, mas a regularidade das suas ações e a qualidade de seus atos profissionais e familiares é que fizeram dele um homem respeitado e, por isso mesmo, extraordinário.

Wilpído Hilário de Souza nasceu no dia 13 de janeiro de 1933 em vila Abunã onde o pai Eustaquilino Possídônio de Souza trabalhava como maquinista da histórica estrada de ferro Madeira Mamoré, em Rondônia; sua mãe Oyda Possidônio de Souza lecionou em Porto Velho, Guajará e Rio Branco. Quando da morte do pai, em Guajará, a família mudou-se para Rio Branco, foi então que Hilário entrou para o serviço público como agente de serviços gerais da Polícia Civil onde fez carreira ocupando diversos cargos até sua aposentadoria.

No final da década de 50 foi destacado para Sena Madureira onde cumpriu a função de sub delegado e depois delegado até 1972, logo em seguida seria nomea-do diretor da Colônia Penal Francisco d’Oliveira Conde, onde se destacou pela oportunidade de trabalho que dava aos detentos que cuidavam da horta e do pomar abastecendo com alimentos os hospitais, escolas e ainda sobrava excedente para vender no mercado.

Em 1988 foi contratado como escrivão pelo, então governador, Flaviano Melo, o qual o efetivou como delegado logo em seguida. Cargo que ele havia exercido antes, por nomeação, como em 1973 quando atuou nesse posto em Xapuri durante dois anos, até retornar à Capital em 1975 como delegado da Primeira Delegacia, a 1ª DP, localizada no bairro da Cadeia Velha. Foi diretor geral da então SEJUSP-Sec. de Seg. Pública durante o governo Romildo Magalhães, e mais tarde Subsecretário de Justiça e Segurança Pública durante o governo Orleir Cameli.

Teve atuação importante durante sua carreira profissional nos 52 anos que atuou nos diversos setores  da Segurança Pública do Estado do Acre, cujo seu nome permaneceu limpo durante toda sua vida.

Vida em família
Casou-se em 20 de janeiro de 1960 com Safira Carvalho de Souza, dessa união nasceram Socorro, Hilário Rainier e Wílpido Hilário, e os netos Jéssika, Jennifer, Amanda, José Victor e Rainiêr Junior, uma família que guarda saudades cada vez maiores, relembrando os bons momentos da convivência harmoniosa em casa. “Apesar do trabalho na polícia exigir muito dele, Hilário era uma presença permanente na família, tanto que um fato me chamava atenção, era o amor que ele tinha pela Euda, sua irmã que faleceu em 1948 e foi sepultada em Plácido de Castro, fizesse sol ou chuva, todo ano ele ia visitar sua sepultura, nos primeiros tempos a cavalo, depois apareceram os jipes e por último de carro, mas nunca se esquecia dela!”

Os almoços e jantares em família eram alternados com suas visitas e participações nos encontros de casais com Cristo, no Rotary Club, no Bancrévea, as partidas de futebol do Independência de quem era torcedor assíduo e fanático pelo Fluminense do Rio de Janeiro.Também era presença certa nas festas organizadas pelo Círculo Militar, Rio Branco Club e outros. Em todos os lugares, amigo de todos. Em casa ou entre amigos, gostava do violão onde curtia músicas de Roberto Carlos, MPB e da velha guarda como Nelson Gonçalves, Martinho da Vila, Demônios da Garoa, Noite Ilustrada e muito mais. Era essa vida simples que fazia de Hilário a pessoa extraordinária falecida em 5 de abril de 2010.

Amigo é coisa pra se guardar
“Quando fui convidado pelo governador Joaquim Macêdo para assumir a Secretaria de Segurança Pública, tinha pouca noção do setor segurança, então chamei os delegados José Chaul, César Pontes, Tristão Cavalcanti e Hilário para me ajudar, nomeei cada um numa posição estratégica e fiquei com o Hilário perto de mim. O motivo era simples, era um homem sério, experimentado e sabia como fazer as coisas, então atuava como um curinga resolvendo os problemas que fossem necessários!” Recorda o desembargador aposentado, Ciro Facundo de Almeida.

Ciro recorda o caso de uns homicídios misteriosos que estavam acontecendo em Tarauacá: “Ninguém conseguia resolver o problema, assim os casos permaneciam insolúveis. Hilário viajou pra lá e numa semana resolveu tudo. Ele era assim, sério e eficiente em tudo o que fazia!”

Da companhia profissional nasceu entre Ciro e Hilário um respeito mútuo que estendeu a amizade às suas famílias. “O que eu achava interessante no Hilário era a seriedade no trabalho onde mantinha uma postura sempre elegante e educado. Isto é resultado de sua origem numa família equilibrada e bem estruturada que ele conseguiu reproduzir em sua casa. Era um homem firme e respeitado em casa, no trabalho e isto se refletia também nos muitos amigos que cultivou!” Conclui Ciro Facundo.

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