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Arte urbana: grafiteiros conquistam um espaço na Biblioteca da Floresta

Os artistas Claudeney Alves, Jessé Luiz e Tiago Tosh são os principais nomes que representam esse tipo de trabalho em Rio Branco. É deles também o Coletivo Etnias, idealizado em junho do ano passado depois que o trio apresentou a exposição Etnias. Nada menos do que um convite para que o espectador desvie a sua atenção do próprio umbigo, a fim de enxergar outra perspectiva dentro dos espaços urbanos. Uma possibilidade para que os conservadores também possam esquecer o preconceito e, assim, repensar naquilo que entendem como arte.

Em fevereiro, já em 2012, eles buscaram uma parceria com a Biblioteca da Floresta, ligada ao Departamento Socioambiental da Fundação Elias Mansour (FEM), para ministrar a oficina Etno Graffiti. O professor e jornalista Marcos Afonso, diretor da instituição, mostrou interesse pela causa. “Fiquei muito feliz quando o coletivo nos procurou. A comunidade precisa mesmo se apropriar, cada vez, mais dos espaços públicos. Hoje nós abrigamos 10 grupos temáticos das mais diversas áreas sociais e culturais, como o Sociedade Philosophia, Cinemacre, Pium Fotoclube e o Clube do Samba”.

A proposta do curso é a de valorizar a figura dos povos nativos da região Amazônica, como os índios, os ribeirinhos e os seringueiros, fortalecer o trabalho que o coletivo executa e ainda estimular a formação de novos realizadores. A procura, inclusive, superou a oferta do número de vagas. Agora, depois de 2 meses, a oficina deve chegar ao final na quinta, 19. Um grande painel com a obra dos alunos será exposto no Dia do Índio, a partir das 16 horas, na Concha Acústica Jorge Nazaré. Um evento que também faz parte  da programação ‘Abril no Acre Indígena’.

O grafiteiro Tiago Tosh avaliou o andamento da oficina como ‘na medida’. “Os alunos se empenharam em aprender, conheceram a história do graffiti, conseguiram pegar as técnicas, foram iniciados no stencil e já estão até criando. Foi bem produtivo”, comenta.

Dos 20 alunos inscritos, apenas cinco continuaram até a última etapa. “Realmente  ficou quem tinha que ficar”, comenta Claudeney Alves. Um deles chamou muito a atenção pela maneira com que conseguiu assimilar todo o conteúdo e também pela sua história de vida. Naumo Lopes, de apenas 17 anos, cumpre medida socioeducativa no ISE. Por meio do graffiti, ele passa pela primeira capacitação de sua vida, porque, enfim, sentiu interesse em algo. Além disso, a prática de atividades curriculares também ajuda a reduzir o tempo que ele vai passar no instituto. (Assessoria FEM)

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