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Estudantes acreanos na Bolívia vão receber cartilhas para evitar cobrança abusiva de taxas

 O drama dos universitários brasileiros – em especial acreanos – que fazem faculdades na Bolívia ainda não chegou ao fim. Mas pelo menos eles vão ganhar um novo ‘aliado’ para ajudá-los. Nos próximos dias, os estudantes que moram lá vão receber cartilhas completas constando todos os seus direitos e deveres. A medida foi adotada após uma reunião do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) com a deputada Perpétua Almeida (PCdoB), que é presidenta da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

 O objetivo da cartilha é orientar os universitários daqui sobre os procedimentos exigidos pelo governo da Bolívia para a emissão de vistos e diplomas, evitando, assim, que eles caíam em ‘cobranças abusivas’ de taxas.

“Acredito que a cartilha vai ajudar a informar com mais clareza dos procedimentos para estudar na Bolívia e facilitará as relações entre estudantes e as universidades bolivianas”, comentou a deputada Perpétua Almeida. A deputada também defendeu que é preciso se criar mais vagas públicas de Medicina (principal alvo dos estudantes) no Acre e outros estados da Região Norte, para evitar o ‘êxodo’ de estudantes para a Bolívia.

 Um exemplo disso aconteceu no fim do mês passado. Um grupo de cerca de 400 estudantes brasileiros (a maioria do Acre) se viram diante de multas acumuladas de 3.000 mil pesos bolivianos (todos juntos deviam 1 milhão e 200 mil pesos)  por terem se matriculado em faculdades sem ter antes feito o visto estudantil. As faculdades bolivianas tinham o dever ético de prestar orientações, mas não fizeram. Caso a cartilha já tivesse sido distribuída, os estudantes poderiam ter se prevenido dos transtornos gerados pela multa.

Mais ações – Além da cartilha com os direitos, o Ministério das Relações Exteriores está adotando uma série de medidas para evitar os problemas com os estudantes brasileiros na Bolívia. Junto com a Câmara dos Deputados, o Itamaraty vai lançar uma campanha para desestimular a ida dos brasileiros ao país vizinho. A intenção da campanha é conscientizar os brasileiros sobre as péssimas condições das universidades de lá, além dos trâmites complicados.

 Outra medida anunciada pelo ministério, através do departamento consular brasileiro, é traçar um mapeamento das universidades latino-americanas que oferecem cursos de medicina, a fim de expor o levantamento para os futuros acadêmicos. Neste mapa, já constariam informações básicas como os custos e taxas dos cursos, as vantagens, a qualidade do ensino e méritos da instituição, além das exigências para obtenção de visto e emissão de diploma. 

 Sobre o caso específico das taxas cobradas aos acreanos, a deputada Perpétua Almeida se reuniu com o embaixador da Bolívia no Brasil, José Alberto Gonzáles Samaniego. Após o encontro, ele se comprometeu a cobrar esclarecimentos da situação para a Diretoria de Imigração do Departamento de Pando.

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A Gazeta do Acre: