O primeiro grupo de haitianos chegou ao abrigo no Parque de Exposições montado pelo Governo do Estado, no último dia 11. No lugar, é garantida a alimentação, alojamento, tratamento de saúde e a retirada de documentos. A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Acre (Sejudh/AC), em convênio com o Ministério do Trabalho e Emprego, realizou um cadastro socioeconômico para identificar a mão de obra.
Empresas de todo o país manifestaram o interesse em contratar os haitianos. Empresários procuram estes imigrantes por ser um grupo com especialidades diversas.
Elineide Meireles, diretora de Humanização e Coordenadora do Abrigo, informou que vários haitianos foram contratados e deixaram o local. “Recebemos 246 haitianos. A maioria vindo de Iñapari e alguns de Brasiléia. Já saíram do abrigo, até o momento, 154, que foram contratados por empresas de todo o Brasil ou também para encontrar familiares que estão no aqui no país. Estamos apenas com 92 deles. Todos os dias, recebemos representantes de empresas. Os empresários têm que cumprir todas as regras para fazer a contratação”.
Damião Borges de Melo, da Secretaria de Direitos Humanos, é a pessoa que conversa com os empresários antes da contratação. Critérios são avaliados e seguidos por parte do contratante. “Pedimos que as empresas coloquem, em um documento, as questões da clareza na contratação, que são os tipos de salários, trabalhos. A Secretaria de Direitos Humanos faz uma avaliação e conversamos com os empresários. Ao chegar ao Estado, eles fazem a seleção e depois passamos aos haitianos as condições de trabalho e salário. Caso eles aceitem, liberamos a saída deles”.
Os haitianos são contratados para trabalhar em diversos serviços. “Geralmente, as empresas estão procurando mais homens. Aproximadamente 8 empresas já vieram aqui fazer a contratação. As empresas vêm de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. Estamos aguardando a vinda de outras. Os ramos são da construção civil, granja, rede hoteleira e outras. Muitos haitianos foram para Porto Velho/RO, pois já têm parentes morando lá. A secretaria dá a passagem para eles”, explicou Damião.
Geirelens Saint German, 24 anos, é um dos haitianos contratados. Ele falou que com o trabalho poderá trazer a sua família que ficou no Haiti. “Há 10 dias cheguei no Brasil. Fui contratado e estou muito feliz. Vou trabalhar em Brasília/DF, numa empresa de eletrônica e telecomunicações. Antes, trabalhava como escritor no Haiti. Vim sozinho, minha família está toda lá. Não tenho dinheiro para trazer todos. Agora, com esse trabalho, irei mandar uma ajuda para trazer meu pai, minha mãe, meu filho e 4 irmãos”.