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Mais de 240 haitianos em Iñapari esperam só autorização oficial para entrar no Acre

HaitianosO drama do grupo de 245 haitianos que estão desde janeiro em Iñapari, cidade peruana que faz fronteira com Assis Brasil/AC, parece estar próximo de um desfecho. Após passarem 3 meses em situações precárias, morando na ponte que liga as 2 cidades e em dormitórios improvisados em uma pousada do local, eles receberam a palavra do secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, de que vão poder entrar no Brasil. A garantia foi dada na última terça (3). O grupo agora aguarda apenas uma permissão oficial para entrar no Brasil.

“O governo decidiu hoje recepcionar os 245 haitianos restantes em Iñapari, no Peru. Terão procedimento simplificado para permanecer no país”, escreveu Abrão, no seu twitter.

Apesar da palavra do secretário, o Ministério da Justiça (MJ) e o Conselho Nacional de Imigração (CNIg) não se pronunciaram sobre a tal permissão oficial. Organizações Não-Governamentais e outras entidades cobram um posicionamento imediato da União.  

Após sair o aval do Governo Federal, o grupo deve ser trazido a Rio Branco e aguardar o fim da sua regularização no Brasil. Uma vez ‘legalizados’, eles devem buscar a contratação em empresas locais e até nacionais.

O grupo de haitianos já estava a caminho do Brasil quando, em 12 de janeiro, o Governo Federal publicou as mudanças nos procedimentos migratórios e começou a barrá-los nas fronteiras. Sem poder entrar no Brasil, sem poder voltar ao Peru (porque a sua permissão de passagem era apenas temporária) e sem ter dinheiro nem para voltar pra casa, eles ficaram meses aguardando uma solução para o seu problema.

Segundo os haitianos ‘barrados’, o grupo em Iñapari já totalizou 273 pessoas, mas contagens do governo local só constataram 244 deles. A diferença, justificam os imigrantes, estaria naqueles que desistiram de entrar em solo brasileiro e já conseguiram voltar para casa.

Outra promessa de acolhimento do secretário Paulo Abrão foi para os 363 haitianos que estão em situação parecida em Tabatinga, Amazonas. Como são ilegais (estão sem vistos e sem carteira de trabalho), eles não podem se deslocar para nenhum lugar e nem trabalhar. De acordo com Paulo Abrão, todos eles também serão regularizados.

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