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Magalhães: “a ZPE não existiria sem a Assembleia”

O secretário de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis, Edvaldo Magalhães, recebeu 20 deputados estaduais na sede da Zona de Processamento de Exportação.

A intenção de Magalhães é municiar os parlamentares com informações para que, no embate político, os debates tenham 24 defensores qualificados do empreendimento. O assunto é complexo e, praticamente, uma novidade para 13 deputados novatos que não participaram dos debates da criação da criação da ZPE.

A senha já foi dada por parte dos parlamentares. Todos os deputados de oposição estavam presentes. Uma demonstração simbólica de que a agenda do Executivo pautada pela qualificação da indústria local com geração de empregos diretos encontra respaldo no parlamento.

“A ZPE não existiria sem a Assembleia”, lembrou o secretário de Estado Edvaldo Magalhães. “Quando os negócios começam a ser efetivados, temos uma tendência a valorizar o papel do Executivo e a diminuir a importância do Legislativo durante o processo”.

Magalhães fez uma apresentação conceitual sobre o em-preendimento e mostrou em qual lógica de mercado ele foi concebido. O deputado Jamyl Asfury (DEM) questionou sobre a capacidade de transporte de produtos pela Interoceânica.

“Há uma dúvida muito comum entre nós e entre a população também sobre a real capacidade das carretas em transportar produtos em grande quantidade subindo as cordilheiras”, indagou o democrata.

Magalhães ressaltou que o trânsito de mercadorias em grande quantidade e com regularidade diária já é feito por empresas peruanas e enfatizou. “Em um raio de 750 quilômetros a partir da ZPE do Acre, nós temos um mercado consumidor avaliado em 30 milhões de pessoas e não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar isso”.

O Governo estima que se o cálculo for estendido para o consumo no que se convencio-nou chamar de América Andina, o potencial de consumo sobre para 43 milhões de pes-soas. “Deixamos de ter problemas de logística para sermos estratégicos para as empresas”, salientou Magalhães, assumindo gargalos evidentes na infraestrutura rodoviária e na prestação de serviços.

Com destaque para a necessária prioridade em investir na formação de mão de obra qualificada e na estrutura de pontes e contornos rodoviá-rios na cidade de Brasiléia.

A deputada Marileide Serafim (PSD) questionou também sobre como as cadeias produtivas acreanas podem estar melhor inseridas dentro do projeto da ZPE. “Outro aspecto que me preocupa diz respeito à qualidade da prestação de serviços. Hoje, não dispomos nem de uma padaria que funcione até mais tarde”, pontuou a parlamentar.

O secretário concordou com a deputada, mas argumentou que a ZPE é um empreendimento que “naturalmente” vai proporcionar o surgimento de outras empresas que devem atender às necessidades das indústrias que possivelmente se instalarão em Senador Guiomard.

O prefeito da cidade de Senador Guiomard, James Gomes (PSDB), em uma das raras participações em agendas públicas envolvendo a ZPE questionou sobre a participação do município empreendimento. Questionamento reforçado pela deputada Marileide Serafim (PSD).

A melhor resposta veio de um colega de tribuna, o deputado Geraldo Pereira (PT). “A escolha de Senador Guiomard para sediar um porto seco e depois a ZPE foi uma escolha fundamentada em questionamentos técnicos”, lembrou Pereira.

“Fosse o critério político, sem dúvida, Rio Branco sediaria o empreendimento. Portanto, Senador Guiomard, já ganha, inclusive, por isso. O que vier depois representará mais ganho ainda, mas é preciso a própria cidade se preparar para isso”, analisou o petista.

Distância a partir de Rio Branco*
Assis Brasil                    307 quilômetros
Puerto Maldonado                532 quilômetros
Cuzco                        1.070 quilômetros
Matarani                    1.471 quilômetros
Illo                        1.501 quilômetros
Marcona                    1.781 quilômetros
Lima                        2.175 quilômetros

*O Governo do Acre calcula que a ZPE do Acre traz um diferencial positivo que varia de 14 a 22 dias em relação aos portos localizados no Sudeste brasileiro.


Deputados conhecem ZPE e decidem ir ao Peru pela Transoceânica

RUTEMBERG CRISPIM
Durante a visita à Zona de Processamento de Exportação (ZPE) os 20 deputados estaduais aceitaram o convite do secretário Edvaldo Magalhães para uma via-gem ao Peru, pela Transoceânica, para conhecer os Portos de Illo e Matarani.

A intenção é conhecer de perto a logística oferecida para a comercialização de produtos, bem como as facilidades para que produtos sejam importados e exportados a partir da ZPE do Acre.

A data da visita ainda será definida. A expectativa é que aconteça nos próximos dias, faltando apenas alguns ajustes nas agendas do secretário Edvaldo Magalhães e dos parlamentares.

“Precisamos conhecer as coisas de perto para colocarmos o coração. Tenho certeza que essa será uma viagem importante, onde poderemos tirar dúvidas e conhecer essa estrada que tantos benefícios trará para nosso Estado”, afirmou Magalhães.

O presidente da Assembleia, deputado Élson Santia-go, fez questão de destacar a importância da visita para que os parlamentares possam conhecer melhor o projeto da ZPE para que assim, possam ajudar na concretização do empreendimento, que segundo ele, será fundamental para o desenvolvimento do Estado.

Para Élson Santiago, a dedicação e o empenho dos ex-governadores Jorge Viana e Binho Marques, bem como do atual governador Tião Viana e do secretário Edvaldo Magalhães, foram fundamentais para que o Acre tivesse a primeira ZPE do Brasil autorizada para funcionamento.

“Nós viemos aqui para conhecer de perto o projeto da ZPE e também para nos colocarmos à disposição para ajudar no que for necessário. Acreditamos que a instalação de indústrias aqui será importante para a geração de emprego e renda, garantindo melhorias para nossa população”, disse.

Depois de uma apresentação sobre a ZPE, o secretário Edvaldo Magalhães respondeu a questionamentos e esclareceu dúvidas dos parlamentares. A deputada Marileide Serafim (PSD) disse que sua maior preocupação é com a qualidade da BR 364. Para ela, o Governo do Estado precisa pensar em alternativas para evitar problemas futuros.

O deputado Wherles Rocha (PSDB) também manifestou preocupação com a estrada, mas na parte do Peru. Ele disse que há muito tempo a qualidade da Transoceânica é contestada.

“O próprio senador Jorge Viana, quando era governador, afirmou que essa estrada não teria capacidade para o transporte de cargas. Por isso, nossa preocupação. Na verdade essa ida ao Peru pela Transoceânica será importante para conferirmos de perto a qualidade dela”, assegurou.

Os deputados conheceram toda parte onde fun-cionará a administração e os órgãos responsáveis pela fiscalização da entrada e saída de cargas.

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