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Perpétua verifica condições de haitianos

Até o mês de abril, 2.550 haitianos entraram no Brasil através do Acre. Destes, 180 permanecem no parque de exposições Marechal Castelo Branco, na capital do estado.

Neste final de semana, a presidenta da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Perpétua Almeida, verificou as condições de acomodação dos refugiados e ouviu relatos da viagem que custa U$ 3 mil desde Porto Príncipe até o Acre. As vítimas do terremoto que devastou o país mais pobre das Américas, provocou o mais recente êxodo de haitianos. Sujeitos à violência e corrupção que incluem os “coyotes” (figura que surgiu no Peru e Bolívia, a partir  do fluxo de haitianos), estupros e assassinato, eles atravessam territórios que algumas vezes incluem ainda o Equador e a Colômbia, para chegar ao Brasil.

“Não existe outra possibilidade para nós. Desde que pensamos em sair do Haiti, só temos um país em mente- o Brasil”, disse Esther Pierre (26), uma das poucas mulheres que está abrigada em Rio Branco.

Apesar da decisão do governo peruano de não conceder mais visto aos haitianos, no início deste ano, eles continuaram a atravessar o país. Mais de duzentos deles, surpreendidos pela decisão do governo brasileiro em limitar o ingresso de haitianos no país, permaneceram por aproximadamente 2 meses em situação de mendicância na fronteira do Acre com o Peru.

Em fevereiro, a  Justiça Federal do Acre, deferiu integralmente uma ação civil pública do Ministério Público Federal no Acre, garantindo os direitos humanos dos imigrantes haitianos, que então tiveram  permissão para entrar no Brasil. O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), em ação integrada com os ministérios das Relações Exteriores e do Trabalho e Emprego, intensificou o processo de regularização dos haitianos que continuavam a chegar pelas fronteiras do Acre e Amazônas.

A agilidade na concessão de documentos de trabalho, associado ao empenho da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos do Acre, que viabiliza a interação com empresas do Sul-Sudeste e Centro-Oeste para o trabalho dos haitianos, resultou na rapidez com que saem do estado. A própria deputada federal Perpétua Almeida, encontrou nas dependências do parque, o empresário gaúcho Charles Stefanello que veio em busca de 32  haitianos para trabalharem no aviário e fábrica de rações da Agrogen S/A. “ Eles terão oportunidade de se qualificar e fazer carreira dentro da empresa”, prometeu. Tanto o embarque como uma vistoria nas condições de trabalho, depois de contratados, é feita por funcionários da Sejusdh e do MT.

A Sejusdh espera que até o final de abril, todos os haitianos que estão no parque de exposições em Rio Branco, estejam devidamente colocados no mercado de trabalho nos estados do Sul/ Sudeste. Embora 70% deles  busquem empregos na construção civil, existem no percentual restante, trabalhadores qualificados, portadores inclusive de diploma de nível superior.

“Eu fiquei animada com o que vi e ouvi. Eles estão bem acomodados e interessados em trabalhar para poderem trazer as famílias que ficaram no Haiti. O trabalho dos governos Federal e Estadual está bem desenvolvido. Estamos fazendo o que podemos para acolher essas pessoas. Felizmente a maioria do povo brasileiro é solidária.

Como presidente da comissão de Relações Exteriores eu tenho obrigação de acompanhar essa questão, o que também fiz como deputada federal e como pessoa humana, desde o início desse surto migratório”, disse a deputada Perpétua Almeida. (Assessoria)

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