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Chegou ao limite

Órgãos públicos existem para encaminhar soluções, resolver problemas, porque são mantidos pelo dinheiro público. Não é o que acontece com a Funai que tem por obrigação constitucional zelar pelas comunidades indígenas e se mostra totalmente inoperante diante dos problemas que se avolumam e levam esses povos a atitudes drásticas.

É o que aconteceu, recentemente, na Bahia, com a invasão de fazendas, cercada por todo tipo de violências. É o que vem acontecendo também aqui no Acre, onde os índios tomaram a sede do órgão e agora ameaçam tomar atitudes mais fortes, caso suas reivindicações não forem atendidas.

Evidentemente que esses problemas, como a demarcação de reservas, não são novos e por isso mesmo se exige da Funai mais eficiência e competência para resolvê-los. Assim como soluções para outros problemas, como a assistência à saúde. Recentemente, mais de uma dezena de crianças indígenas morreram em conse-quência de um surto de gripe – situação inaceitável que remonta os primórdios da colonização deste país.

O que não se entende é por que tanta procrastinação, tanta demora na solução desses problemas. Às vezes, tem-se a impressão que se trata de uma ação premeditada para ir dizimando, aos poucos, esses povos.

No caso aqui do Acre, a situação chegou ao limite. As lideranças indígenas perderam a paciência e, a qualquer momento, pode acontecer o pior. Contudo, não foi por falta de avisos.

Categories: EDITORIAL
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