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Caciques de 7 povos do Acre tomam Funai de Brasília exigem reunião com presidente

Se não bastassem os protestos e atos ‘extremos’ no Estado, os indígenas locais decidiram levar o seu movimento a outro patamar. Um patamar mais nacional. Cerca de 40 líderes de 7 tribos do Acre tomaram, no final da tarde de segunda-feira (7), o prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Brasília/DF. Eles estão lá desde dentão, clamando que só sairão se forem recebidos pela presidenta do órgão, Marta Azevedo, para uma audiência sobre suas reivindicações.
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A revolta dos índios acreanos na capital federal seria devido ao que eles tacham de ‘indisposição’ da Funai em discutir as problemáticas locais. Segundo relata Ninawá Huni Kui, o grupo de 40 caciques já foram recebidos por vários órgãos em Brasília, entre eles o MEC, a Secretaria de Direitos Humanos e a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena). Porém, na hora de expor suas reclamações para quem mais interessa, a Funai, eles não conseguiram.

“Já faz uma semana que tentamos marcar um horário na agenda da presidenta Marta Azevedo, mas ela nunca reservava hora para nos atender. Portanto, ficaremos aqui na sede no aguardo até conseguirmos que ela nos receba”, declarou Ninawá Huni Kui. Segundo ele, a justificativa para a gestora não tê-los recebido na segunda e na terça é porque ela estava em uma série de reuniões para definir a reforma do prédio de Brasília. Mas os caciques não aceitaram tal desculpa.

“É mais importante a estrutura de um prédio do que caciques à beira da morte? Que indígenas morrendo e sendo ameaçados por fazendeiros? Queremos falar com ela”, questionou Ninawá. Caso eles não sejam recebidos, Ninawá adiantou que eles não só vão se manter em Brasilia, como também vão voltar a tomar a sede da Funai de Rio Branco e outros municípios acreanos.

Em resumo, os 40 caciques cobram reformulações no cronograma de demarcação de 21 terras indígenas no Acre e sul do Amazonas (o calendário oficial marca esta demarcação para 2015, mas eles querem que tal processo comece neste ano para terras prioritárias e as demais para 2013); mais segurança para indígenas ameaçados de morte; atendimentos de saúde mais frequentes  nas tribos; e a efetivação das coordenações regionais do Juruá e do Purus.  

Os 7 grupos indígenas locais que apoiaram a tomada da Funai em Brasília foram: os Jaminawá, os Apolima Arara, os Huni Kui, os Ashaninkas, os Nawás, os Madjas e os Manchineri.  (Com informações da Assessoria Cimi)

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