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Famílias resistem em doar órgãos

DoaçãoApesar de campanhas serem realizadas, muitas famílias resistem em doar os órgãos de um parente que faleceu. Desconhecimento sobre a forma de transplantes são um dos maiores fatores para a recusa. Desde 2006 o serviço de transplantes existe no Estado. São realizados transplantes de córneas e rins. Até o momento foram realizados 38 renais e 75 de córnea.

Nós últimos dias, vários transplantes foram realizados, mas os órgãos vieram de fora por conta do baixo número de doadores, disse Regiane Ferrari, coordenadora estadual de transplantes. “Fizemos um mutirão 17 transplantes de córnea nos últimos 20 dias, mas todas vieram de fora do Estado, do Paraná e Paraíba. Há uma grande falta de doadores aqui. Em breve iremos fazer também transplantes de fígado”.

Regiane explicou como se dá o processo de transplante. “Após uma análise clínica, o paciente que precisa de um transplante entra em uma lista única dentro do sistema nacional e estadual para aguardar. A central busca um doador quando há uma morte encefálica dentro das UTIs ou das emergências. É aberto um protocolo e os médicos informam à central que há um possível doador. Então é realizada uma abordagem familiar. Se a família da vítima autorizar a doação, exames são realizados para encontrar um paciente compatível. Para cada um doador, quatro pessoas são contempladas”.

As famílias recusam a doar os órgãos dos parentes por vários fatores. “Muitas famílias se recusam a doar por acreditar que o paciente está vivo, mesmo sendo atestada morte encefálica, que é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina e dois médicos diferentes examinam o paciente, com a comprovação do diagnóstico, sem deixar dúvidas; por achar que as pessoas irão ficar deformadas após a retirada dos órgãos, o que não acontece, é a mesma coisa de uma cirurgia; questões religiosas e outras coisas”, informou a coordenadora.

Caso o número de doadores não cresça, será possível realizar transplantes. “Fechamos 15 protocolos, onde essas pessoas estavam potencialmente boas para doar. Desses, apenas duas famílias doaram. As pessoas devem conversar. Os membros das famílias devem avisar se são a favor da doação de órgãos, para poder autorizar a doação após a morte. Precisamos fortalecer as doações, muitas pessoas precisam. Sem o envolvimento da comunidade, não vai haver transplante no Acre”, finalizou Regiane.

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