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Índios ocupam sede da Funai

 Um grupo de indígenas voltou a ocupar, desde a última terça-feira (15), o prédio da Fundação Nacional do Índio no Acre (Funai/Ac). Funcionários do órgão não estão autorizados a entrar no local. A manifestação é por conta de reivindicações não atendidas.

 De acordo com Ninawá Hunikui, líder do movimento, mês passado eles foram à Brasília tentar resolver as reivindicações, mas nada foi solucionado. “Nós fomos à Brasília para cumprir algumas agendas. Tivemos uma audiência com a presidente da Funai, depois de dois dias acampados em na sede. Discutimos algumas pautas prioritárias e encaminhamos as outras reivindicações para serem discutidas no mês de junho. Demos um voto de confiança a presidente para que pudéssemos voltar e ela estaria oficializando uma posição. O prazo era até o dia 10, mas até o presente momento nós não recebemos nenhuma definição. Na segunda-feira, depois de várias ligações, foi nos enviado um e-mail sem nenhum compromisso. Estamos sendo lesados, por isso voltamos pra sede da Funai aqui no Estado”.

 Os indígenas também exigem a exoneração da coordenadora da Funai do Estado. “O Francisco Pianta veio aqui fazer uma reunião com todos os funcionários da Funai, inclusive a pauta foi sobre a avaliação da ocupação do prédio. Ele nos disse que os caciques são bagunceiros, gerando uma revolta. Agora nós queremos que a coordenadora Maria Ivanilza seja exonerada imediatamente. Ela nos desrespeitou”, disse o líder.

 Caso as reivindicações não sejam atendidas, os índios irão continuar na sede. “Nós enviamos um documento à Brasília com várias denúncias sobre desvio de recursos, mas nunca havia chego lá. Foi necessário entregarmos pessoalmente. Agora, deixamos bem claro para instituição que se não tomarem providências, o que acontecer será de responsabilidade deles. Enviamos um documento ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e a Presidência da Funai. Vamos ficar aqui por tempo indeterminado e outros indígenas também estão vindo pra cá. Pedimos às autoridades que resolvam tudo o mais rápido possível”, explicou Ninawá.

 O Cacique Francisco Jaminawa saiu com a sua família da aldeia São Paulino, em Sena Madureira, para pedir ajuda. Ele disse que a família está sendo ameaçada por fazendeiros da região e estão correndo risco de vida.  “Estamos sendo ameaçados pelos fazendeiros. Falaram que iríamos sair das terras e que também vamos sofrer. Eles estão fazendo um abaixo-assinado para sermos retirados de lá. Moro há 46 anos lá e há 25 anos estamos tentando fazer a demarcação. Não podemos fazer nada, tivemos que vir pra cá porque eles nos disseram que matam “caboclo” brincando. Queremos que a Polícia Federal vá até lá e que a Funai resolva isso”.

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