Profissionais da área de saúde de Cobija, Pando, interditaram a ponte binacional Wilson Pinheiro, que liga Brasiléia à referida cidade boliviana, e o outro acesso terrestre da fronteira da Bolívia com o Acre, pela Ponte da Amizade. O bloqueio começou às 6h da manhã de hoje (11) e se estendeu até o final da tarde, por volta das 17h. O ato fez parte da série de protestos que os trabalhadores bolivianos da saúde vêm promovendo desde o fim de março. Eles também tiveram apoio de um grupo de funcionários públicos bolivianos da área de Educação.
Centenas de servidores bolivianos de saúde (entre técnicos, enfermeiros e até médicos) tomaram totalmente as ruas e causaram engarrafamentos na estrada. Eles interditaram o tráfego tanto de veículos (carros, motos, etc), quanto de pedestres. Por conta do movimento, as unidades de saúde da Bolívia só funcionaram com os serviços de urgência e emergência. Durante o protesto, alguns manifestantes entraram em confronto com o Exército boliviano e se feriram.
Entre algumas das reivindicações, os trabalhadores da Bolívia se manifestaram contra o decreto que tramita no país vizinho (e que está prestes a ser assinado por Evo Morales), que arregimenta uma série de mudanças nas leis das categorias do setor da saúde. Entre algumas delas, ela preconiza uma carga horária maior aos trabalhadores (que passe de 6h diárias para 8h), trocas nos reenquadramentos profissionais e não contempla os reajustes salariais conforme o grau de inflação no país, além de prever uma série de alterações nas relações de trabalho (restrição do campo de atuação).
A nível mais local, os trabalhadores de Pando cobram, ainda, reformas nas unidades de saúde para ter mais condições para trabalharem e novos equipamentos para a realização de determinados atendimentos com maior segurança para a saúde deles e dos pacientes.
O protesto dos trabalhadores da saúde boliviana não se limitou apenas as fronteiras do país com o Acre. A categoria estendeu a greve às demais regiões daquele país.