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Presidenta da Funai recebe 40 caciques do Acre e promete estudar reclamações

Caciques atendidosO grupo de 40 lideranças indígenas do Acre não precisou passar muito tempo ‘acampada’ no prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Brasília/DF. Após se instalarem na sede da capital federal na tarde de segunda-feira (7), exigindo audiência para expor suas reivindicações, a presidenta do órgão, Marta Azevedo, os recebeu em seu gabinete nofim da tarde de terça-feira (8). Ela ouviu atentamente as reclamações dos caciques e assumiu o compromisso de analisar com calma todas as questões apresentados, a fim de tomar as providências certas.

Entre as reivindicações, os caciques cobram reformulações no cronograma de demarcação de 21 terras indígenas no Acre e sul do Amazonas (o calendário oficial marca esta demarcação para 2015, mas eles querem que tal processo comece neste ano para terras prioritárias e as demais para 2013); mais segurança para indígenas ameaçados de morte; atendimentos de saúde mais frequentes nas tribos; e a efetivação das coordenações regionais do Juruá e do Purus.  

Após a reunião com a presidenta, os caciques já começaram a se organizar e se retiraram de vez da sede da Funai em Brasília entre a madrugada e a manhã desta quarta-feira (9). Mas, apesar da saída, eles ainda não ficaram totalmente ‘satisfeitos’. De acordo com um dos líderes do movimento, Ninawá Huni Kui, a insatisfação é porque eles não obtiveram respostas para duas das principais demandas, que incluem os conflitos fundiários – provocados pela expansão agropecuária e ao assédio do mercado de carbono – e a demarcação de terras.

“Está prevista outra reunião, na 1ª quinzena de junho, pra detalhar o cronograma das atividades sobre as demarcações e a expansão agrícola em 21 terras indígenas no Estado. Um dos pontos que ficou como prioridade é em relação à terra onde há conflito [Jaminawa, na beira do Rio Purus, na divisa entre o Acre e o sul do Amazonas]. A demarcação teve início e está parada. Enquanto isso, os fazendeiros estão invadindo, colocando tratores ao redor das casas, impedindo os indígenas de plantar. Estamos aguardando uma posição”, disse Ninawá.

Sobre tal reunião, Ninawá afirmou que quer fazer no formato de audiência pública para estender o debate sobre a resolução destas pautas. Eles querem a participação da Funai, do MPF, da Polícia Federal (PF) e do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio). Para finalizar, ele diz que na parte de saúde as equipes estão quase montadas nas tribos. Mas faltam médicos, barcos, combustíveis e remédios para mudar o quadro crítico na região (onde 24 crianças morreram por diarreia desde o fim do ano passado). Na educação, Ninawá conta que alguns alunos tem aula debaixo de mangueiras por não haver nem escolas e nem material.

Os 7 grupos indígenas locais que foram a Brasília foram: Jaminawá, Apolima Arara, Huni Kui, Ashaninkas, Nawás, Madjas e Manchineri. Além da Funai, eles protocolaram uma lista as suas reclamações no MEC, no Ministério da Saúde, na Secretaria de Direitos Humanos e na Secretaria Especial de Saúde Indígena/ Sesai  (Com informações da Agência Brasil)

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