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Funcionária pública acusa policiais de agressão

Uma suposta infração de trânsito cometida pelo jovem Luan Ferreira de Oliveira, 20 anos, teria provocado a invasão de domicílio da parte de 2 militares que servem na Companhia Estadual de Trânsito (Ciantran). Os guardas teriam entrado no quintal da casa da funcionária pública Maria de Fátima Ferreira, 50 anos. Lá, os militares – identificados por ‘sargento Souza e Silva’ e o ‘soldado Diego’, teriam agredido e prendido o rapaz, que foi algemado no quintal de casa, segundo relataram testemunhas.

O mesmo teria ocorrido com uma adolescente de 17 anos, irmã de Luan. A moça teria tentado evitar a prisão do irmão. Além disso, a funcionária pública Maria de Fátima teve 3 dentes quebrados com uma cotovelada que teria sido aplicada por um dos militares.

O fato ocorreu no último sábado, 12, por volta das 17h, quando o jovem Luan trafegava de carro pelas ruas do Conjunto Tucumã, depois de ter montado um pula-pula em uma residência (o rapaz trabalha com a montagem desse tipo de brinquedo infantil).

“Eu seguia para casa em velocidade normal, quando percebi que uma viatura da Ciatran me seguia. Como não estava fazendo nada errado, continuei. Como moro em esquina, posicionei meu carro de costas para o portão de casa e quando dava ré para entrar no quintal. Os dois policiais saíram da viatura e correram na direção do meu carro. Entrei no quintal quando o sargento Souza e Silva colocou metade do corpo dentro do meu carro tentando retirar a chave. Entreguei para ele minha habilitação e a documentação do veículo, mas ele jogou no chão e começou a me agredir. Foi quando reagi à prisão, pois estava dentro do quintal de minha casa e sendo preso sem ter feito nada de errado”, afirmou Luan Ferreira.

Militares algemam adolescente de 17 anos e agridem mulher – Ao ser alertada por vizinhos de que o filho estava sendo preso dentro do quintal de casa, a fun-cionária pública saiu e, ao perceber a confusão, tentou saber dos policiais o que estaria acontecendo. Foi quando recebeu ordem dos militares para calar a boca e não se envolver em uma ação policial.
“Gritei, dizendo que era o meu filho que estava sendo preso e que eu tinha o direito de saber o que estava acontecendo, pois vi dois policiais tentando algemar meu filho. Foi quando um deles aplicou uma cotovelada em minha boca, quebrando meus dentes. Quando meu filho me viu sangrando, ele reagiu à prisão e minha filha adolescente tentou me socorrer e foi algemada com as mãos pra trás, como se fosse uma bandida perigosa”, contou a técnica de enfermagem da Sesacre.

Pai recebe voz de prisão na delegacia ao ver mulher ferida e filhos presos – Mesmo sangrando, a funcionária pública Maria de Fátima foi levada a Delegacia de Polícia Civil, juntamente com os dois filhos presos e algemados. Minutos depois, o motorista de ônibus Luiz Gonzaga de Oliveira Filho, 46 anos, pai de Luan e da adolescente e marido de Maria de Fátima, chegou à delegacia para saber o que estava acontecendo. Foi quando também recebeu voz de prisão por desacato.

“Eu estava na chácara quando fui avisado que meus filhos estavam presos e minha mulher havia sido ferida por um policial militar. Ao chegar à delegacia, quis saber do sargento Souza e Silva o motivo para invadir minha casa e algemar minha filha, menor de idade, e principalmente por que agrediu minha esposa ao ponto de quebrar três dentes. Tive como resposta a ordem de ficar calado, pois estava preso também por desacato. Depois que saí da delegacia, meus vizinhos mostraram a gravação feita por celular e decidi denunciar os militares. Já os denunciei na Corregedoria da Polícia Militar e farei o mesmo no Ministério Público Estadual”, afirmou Luiz Gonzaga.

Polícia Militar divulga nota a respeito da ocorrência – Através da Assessoria de Imprensa, o Comando da Polícia Militar no Acre, enviou a seguinte nota:
“A corregedoria da Polícia Militar, ciente do fato ocorrido, vem realizando as medidas necessárias para averiguar a denúncia. Procedimentos administrativos serão instaurados para apurar a veracidades dos fatos. Os policiais militares envolvidos na ação serão ouvidos e terão amplo direito de defesa”. Assina a nota a Assessoria de Imprensa PM/AC.

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