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Mostrar e cobrar

Sem ufanismos, o Acre tem sim o que mostrar na Rio+20, mas, além de ressaltar os avanços que o Estado alcançou nas últimas três décadas na proteção ambiental de sua floresta e de seus recursos naturais, precisa aproveitar a ocasião para marcar posição e cobrar a contrapartida dos governos e organismos internacionais.

Ao fazer a opção correta e recomendável no mundo inteiro pelo desenvolvimento sustentável, mantendo ainda mais de 80% de sua floresta em pé, com todos os recursos naturais que ela engloba, o Acre abdicou de algumas facilidades, como a obtenção do lucro fácil se não tivesse contido a exploração predatória.

Isso, entretanto, tem um preço e precisa ser cobrado daqueles que exigem que a Amazônia seja preservada para manter o equilíbrio climático do planeta. E essa cobrança passa, principalmente, em investimentos na educação, saúde, na produção, visando a melhoria das condições de vida das populações locais.

Não é justo que, a pretexto dessa preservação, que todos querem e exigem, mais de 30 milhões de habitantes da Amazônia sejam privados dos bens mais elementares para sua sobrevivência, como ainda acontece em grande parte da região.

Que o Acre e outros estados amazônicos participem e mostrem o que de bom vem se fazendo, mas seus gover-nantes e representantes na grande conferência da Rio+20 sejam exigentes, duros, na cobraça da contrapartida.

Categories: EDITORIAL
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