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Sem endereço

O senador Jorge Viana pode até ter sido duro em suas críticas ao modelo de desenvolvimento do Governo Federal para com a Amazônia, em entrevista a este jornal no último domingo, mas ele tem lá suas razões e é preciso que outros segmentos da sociedade local também reflitam sobre o tema e cobrem mais atenção para com a região.

Depois de alguns anos em que a Amazônia esteve em evidência, sobretudo, na mídia nacional e internacional, mais pelos aspectos negativos da destruição de suas florestas e outros recursos naturais, atualmente, segundo o senador, a Amazônia não tem sequer “endereço em Brasília”.

Ou seja, não é referência e, por isso mesmo, quando o Governo Federal elabora grandes projetos como o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), a região só é levada em conta na exploração de seus recursos para suprir demandas do país e não a partir das peculiaridades e necessidades de seus habitantes. “No mínimo – diz o senador – os moradores da região têm que ser sócios para se beneficiar também desses grandes empreendimentos”, como as hidrelétricas e outros.

O mesmo viés distorcido observa-se nesses dias com a realização da Rio+20. A cobrança sobre a Amazônia na preservação dos seus recursos é intensa, mas poucos ou ninguém se apresenta para pagar a conta por esta preservação. O custo maior sempre recai sobre os habitantes da região. Evidentemente, que não se pode aceitar isso, indefinidamente.

Categories: EDITORIAL
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