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CBF estuda não realizar Séries C e D

Uma novela que parece estar longe do fim. Com uma briga judicial entre cinco clubes, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) já estuda a possibilidade de não realizar as Séries C e D do Campeonato Brasileiro. Por outro lado, alguns clubes começaram a se mexer e vão entrar na Justiça exigindo o início das competições. As equipes já estão quase há um mês sem entrar em campo, o que está gerando prejuízo financeiro.
Dirigentes Elísio não sabe quando começa torneios; Aquino acredita na realização das Séries
Segundo o diretor de competições da CBF, Vírgilio Elísio, a entidade apenas acatou a decisão da Justiça ao suspender as competições. “De repente veio esse festival de liminares, e obviamente que acatamos, mas ficamos agora inteiramente aguardando as definições da Justiça. Hoje, as definições para o início do campeonato dependem 100% de ações que correm na Justiça, e não dentro da CBF”, disse.

Indagado sobre quando as Séries C e D podem começar, o dirigente não soube responder com certeza. “Nesse momento não (tem previsão). Temos que ver se alguma movimentação nova surge. Nesse instante, honestamente, não há como fazer previsão. Qualquer previsão, nesse momento, é em bases falsas”, concluiu Virgílio Elísio.

A reportagem de A GAZETA conversou com o presidente da Federação de Futebol do Acre (FFAC), Antônio Aquino, que acredita na realização das competições. “Existe essa possibilidade de não serem realizadas, mas a CBF está trabalhando juridicamente para as Séries C e D acontecerem este ano. Na minha visão, elas vão ser disputadas sim”, afirmou o cartola acreano.

Após duas semanas tentando cassar as liminares que incluem Treze/PB, Brasil de Pelotas/RS e Araguaína/TO na Terceirona, a CBF desistiu na tarde de ontem (1º). Sem conseguir uma solução jurídica para o caso, a entidade passou a orientar os clubes prejudicados a pedir ressarcimento aos times responsáveis pela suspensão dos torneios (no caso, Treze/PB, Brasil/RS e Araguaína/TO).

Algumas equipes do Nordeste se manifestaram ontem. O presidente do Campinense/PB, William Simões, afirmou que vai acionar judicialmente por perdas e danos morais os clubes que provocaram a paralisação das Séries C e D. Outros times, como Santa Cruz/PE, Fortaleza/CE e Sousa/PB, também vão entrar na Justiça.

“Já acionamos nossos advogados e vamos estimular que outros clubes também entrem com ações contra estes clubes (Araguaína, Brasil e Treze). A paralisação dos dois campeonatos significa um prejuízo muito grande para os 40 times que estão aptos a participar”, disse William Simões.

As Séries C e D do Brasileirão continuam suspensas e sem previsão de início. Os representantes do Acre, Rio Branco e Atlético Acreano, respectivamente, continuam a preparação normalmente.

Paysandu/PA irá propor novo campeonato à CBF
Tendo em vista todo este imbróglio e omissão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Paysandu/PA irá propor, ao lado de outros clubes, a criação de um novo campeonato em 2012, parecido com a Copa João Havelange, que aconteceu em 2000 e divida em quatro módulos.

O clube paraense tomou a decisão tendo em vista que está sendo prejudicado, na questão financeira, com as brigas judiciais. Apesar do campeonato paralisado, o Paysandu está pagando os salários de seus jogadores e corre contra o tempo para agendar amistosos.

De acordo com o presidente do Papão, Luiz Omar Pinheiro, o clube não terá dinheiro para quitar os salários sem a renda de jogos. O dirigente estará entregando à CBF, na próxima segunda-feira (4), um documento propondo um novo campeonato, só que com 18 clubes, sem a presença de Santo André e Rio Branco, dois que estão ao lado de Brasil de Pelotas, Araguaína e Treze da Paraíba na Justiça por uma vaga na Terceira Divisão.

Esta nova competição deverá lembrar a Copa João Havelange de 2000, organizada na época pelo Clube dos 13. Na ocasião, 116 clubes foram incluí-dos no mesmo campeonato, só que separados em módulos Azul, Amarelo, Verde e Branco.

A Copa precisou ser organizada pelo Clube dos 13, devido a uma briga judicial da CBF com o Gama-DF, que não aceitou o seu rebaixamento à Série B de 1999 e entrou na Justiça Comum para retornar a elite. Como a ação demoraria a ser concluída, um acordo foi feito para que outra entidade organizasse o torneio. Mais tarde, depois de banido pela Fifa, o clube brasiliense voltou atrás, retirou o processo e seguiu jogando normalmente. No ano seguinte a CBF retomou o comando e voltou a organizar o Campeonato Brasileiro. (AFI)

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