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Acadêmicos propõem resgate da visibilidade de morador de rua em ensaio fotográfico

Os estudantes de jornalismo Arison Jardim e Alexandre Noronha acreditam que o morador de rua é imperceptível para a maior parte das pessoas e sua visibilidade social precisa ser resgatada, assim como a dignidade humana. Com um ensaio fotográfico pontuado por esse tema, a dupla concorreu, por indicação da Ufac, ao Prêmio Expocom 2012 – Região Norte, realizado em junho e destinado a apreciar os produtos laboratoriais desenvolvidos por acadêmicos de comunicação.

Embora não tenham obtido premiação, apresentaram um trabalho significativo para a construção da cidadania. No artigo “Por uma identidade”, orientado pela professora Aleta Dreves, os estudantes demonstram que a fotografia do cotidiano pode ter, além do intrínseco valor estético, a importância de documento social, psicológico e histórico.

Inspirados no conceito do “Novo Jornalismo”, gênero jornalístico surgido nos Estados Unidos na década de 60, que quer contar algo mais que a notícia objetiva, Arison e Alexandre acompanharam e fotografaram, durante horas, um andarilho da capital acreana, que chama a atenção por ser visto em diferentes e distantes pontos da cidade e vestir-se de maneira particular, usando capacete, óculos e capa de chuva, além de arrastar vários objetos volumosos consigo.

Os estudantes tentaram estabelecer contato direto com o morador de rua, fazendo-lhe perguntas, mas não obtiveram sucesso. O protagonista de suas imagens manteve-se arredio, conforme relatam no artigo: “Quando perguntávamos o nome do sujeito, ele juntava os dedos em forma de gancho próximo ao rosto, sem dizer uma palavra, apenas um gesto, como se nos quisesse demonstrar que a palavra não importava, havia ali um pouco mais. (…) A mais-valia para nosso projeto foi a expressividade, o detalhamento da mão, dos olhos, de cada sacola e caixa que aquela pessoa carregava, assim como seus passos, que o levam de bairro em bairro, lixeira em lixeira, e até mesmo à contemplação da vista que o Rio Acre oferece, elementos que ilustram a identidade que buscávamos”. (Agência Acre)

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