Faltam apenas 11 dias para o início da Rio+20 e o mundo inteiro já volta seus olhares para o Rio de Janeiro/RJ, na esperança de avanço nos debates sobre os principais temas que afligem o meio ambiente. E quem vai poder aproveitar estes olhares redobrados para mostrar a diferença no planeta que o seu trabalho faz são os agricultores da Cooperacre (Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre). Os produtores acreanos vão provar a ideia central do evento: é possível obter bons retornos financeiros, aliando o trabalho com a preservação socioambiental de um determinado local.
A Cooperacre vai ser uma das 23 iniciativas de agricultores familiares que vão mostrar a sua metodologia de atuação e seus resultados positivos em uma espaço de 540 m², no local onde vai ser realizada a conferência (Aterro do Flamengo).
Com efeito, os números da cooperativa não deixam dúvidas do seu sucesso. A Cooperacre reúne 33 cooperativas de 14 municípios do Estado e possui 2 mil associados diretos, es-coando mais de 80% de todo a produção extrativista nacional de castanha no Acre. E se forem levados em conta o total de famílias não associadas, a entidade cooperativista somaria mais de 4 mil famílias contempladas, segundo as estimativas de Manoel Monteiro de Oliveira, que é responsável pela gestão administrativa da Cooperacre. Este montante faz com que a Cooperacre movimenta mais de R$ 35 milhões ao ano.
Para chegar a estes números inquestionáveis, Manoel Monteiro afirmou que o esforço dos trabalhadores cooperados e o apoio dos governos estadual e federal para a produção das cooperativas sustentáveis foram determinante. Este apoio estatal foi visível nos primeiros grandes passos da cooperativa, em 2001, quando o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) comprou a sua produção e equilibrou o preço da castanha na região. Na época, ela valia R$ 7 a lata de 10 Kg. Com o PPA, a mesma chegou a custar R$ 27 (385% mais). A cooperativa também obteve outros suportes, com a linha de crédito de agroindústria do Pronaf (Programa Na-cional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).
A Rio+20 é uma Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Desenvolvimento Sustentável que será realizada entre os dias 13 a 22 de junho, no RJ. Ela reunirá mais de 105 chefes de Estado de todo o planeta. O evento está marcado pela ONU desde a aprovação na 64ª Sessão de sua Assembleia-Geral, em 2009. Por isso, há mais de 3 anos de expectativas em cima dos diálogos que a conferência pode trazer em acordos internacionais para a preservação am-biental no mundo. De fato, promete ser um marco do desenvolvimento sustentável.
Às vésperas da Rio+20, Acre desperta interesse de chineses
A China é um mundo de oportunidades para o Brasil e o Acre, disse ao presidente daquele país, Hugo Jintao, a deputada Perpétua Almeida, ao explicar os ganhos econômicos e sociais que as ZPE’s trarão ao povo acreano. Durante as visitas que fez às empresas chineses e às autoridades com as quais teve a oportunidade de conversar, inclusive o primeiro-ministro Web Jiabao, a deputada, que é presidenta da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, destacou o esforço do governo Tião Viana para atrair investidores.
“Alegro-me por o Brasil incentivar as parcerias com a China. São dois países emergentes que podem se ajudar a crescerem juntos. Temos muito a aprender com um povo que consegue ser organizado, mesmo sendo a maior população do planeta”, concluiu a deputada acreana.
Os chineses demonstraram interesse em conhecer as experiência desenvolvidas pelo Governo do Acre e apresentaram projetos para exploração, no Brasil, do mercado de tablets e smartphones, além de esclarecer a intenção de importar conceitos bem sucedidos no setor energético.
Por ocasião da Rio +20, cuja abertura se dará na próxima quarta-feira, Perpétua Almeida, que articulou a composição de deputados que representará a Câmara Federal no evento, agendou o reencontro com os membros do Comitê Central do Parlamento Chinês. (Assem Neto / Assessoria)