O prefeito Raimundo Angelim e o secretário municipal de Educação de Rio Branco, Marcio Batista, abriram ontem, 4, o Seminário Políticas Educacionais no município de Rio Branco que, na abertura, contou com a presença do secretário de Estado da Educação, Daniel Zen, e o deputado estadual Geraldo Pereira. O seminário serviu para a discussão do Plano Decenal de Educação; implantação do programa Inteligência Emocional, que tratará da questão da violência nas escolas, e debateu questões ligadas ao exercício da atividade educacional.
Angelim lembrou a necessidade de se debater o Plano Decenal de Educação, uma vez que o último plano foi elaborado na gestão do ex-prefeito Jorge Viana, quando Binho Marques era o secretário de Educação de Rio Branco – e destacou o papel fundamental da educação em sua gestão: “não acredito em mudança que não passe pela educação”.
“Esse plano municipal é fundamental para que os avanços continuem”, disse Daniel Zen, enaltecendo o trabalho desenvolvido pela Secretaria de Educação de Rio Branco. Jovens estudantes da escola Anice Dib Jatene apresentaram sketch sobre as relações pessoais a partir da experiência daquele estabelecimento de ensino.
Há altos índices de violência na sociedade e na escola, a dor e o sofrimento que atingem professores, funcionários, alunos e famílias justificam, plenamente, a iniciativa de se educar para a paz e não-violência nas escolas. A palestra principal ficou por conta do professor João Roberto Araújo, que falou sobre sua ação Inteligência Emocional, que está espalhando pelo país o programa de cultura de paz nas escolas. Para João Roberto, implantar uma genuína cultura de aceitação da diversidade, da tolerância com as diferenças, da compreensão, da amorosidade, da cooperação, da compaixão e da solidariedade entre os alunos do ensino fundamental. A construção da paz se dará através da educação para as emoções, que, além de reduzir a violência nas escolas, favorecerá a melhoria dos índices de aprendizagem. João está ligado ao projeto Inteligência Emocional (www. inteligenciaemocional.com.br).
A medida, na opinião de João Roberto, além de urgente, é plenamente justificada, pois a violência na escola é uma das principais fontes de preocupação não só para os educadores como para toda a sociedade. Ainda de acordo com Roberto, sendo a função da escola juntamente com a família, educar e, sendo a redução da violência, aspecto fundamental da educação, educar para as emoções e para a paz, representa a maior prioridade das escolas. No cenário atual é tudo o que a escola precisa: reduzir a violência e melhorar os índices de aprendizagem e isto é possível criando um clima emocional positivo nas escolas.
A ideia central da orientação do professor João Roberto de Araújo, fundador do Sistema de Educação Liga pela Paz e autor do material didático pedagógico utilizado, é de que “a paz é construída”, ou seja, é o resultado de um processo de apren-dizagem. A paz deve ser construída, um dos fatores fundamentais que atuam no processo de sua construção é, sem dúvida, o conhecimento: o conhecimento sobre a natureza e o modo de funcionamento dos elementos componentes dos conflitos que impedem ou prejudicam a paz.
Na terça-feira, 5, o professor José Paulo Mendes da Silva falou sobre o Plano Municipal de Educação. Assim sendo, tradicionais, como deve ser, ensina-se às crianças matemática, português, geografia, química, física, enfim, o conhecimento científico sobre o mundo. Entretanto, ensina-se muito pouco, ou quase nada, sobre as emoções e os sentimentos que são, efetivamente, os principais elementos componentes dos conflitos psico-sociais prejudiciais à construção da paz. “Então, vamos trabalhar muito com as emoções”, disse o professor Roberto que durante o encontro implantou também o Sistema de Educação Liga pela Paz, que é agregar ao foco já existente nas escolas, de educação racional, lógico-matemática, linguagem e memória, os conteúdos da educação emocional. (Ascom PMRB)