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Apesar de o Brasil crescer, ‘escravidão’ persiste na Amazônia, diz jornal dos EUA

Apesar das condições e dos salários de grande parte dos brasileiros terem aumentado na última década, a exploração ilegal da mão de obra ainda existe na imensidão da floresta amazônica, longe do alcance do governo, diz o jornal americano Los Angeles Times, em reportagem sobre a escravidão “moderna” encontrada na região. “Condições brutais e cultura de impunidade ao longo dos 2,5 milhões de km² da região amazônica persistem no pano de fundo do impressionante crescimento econômico do Brasil”, diz a publicação nesta quinta-feira.

Com promessa de trabalho, o jornal destaca que as vítimas são geralmente levadas para áreas remotas e se deparam com condições cruéis e impossibilidade de fuga. Alguns recebem pouco ou nenhum dinheiro, destaca a publicação. Outros escutam que precisam trabalhar para pagar “despesas” de alojamento e alimentação, e são tratados com violência ou abusados.

Conforme a reportagem, a Organização Mundial do Trabalho (OIT) estimou em 2003 que havia 25 mil brasileiros trabalhando em condições análogas à escravidão. Mas o chefe da unidade da OIT que combate o trabalho forçado, Luis Machado, diz que o número é provavelmente maior agora. “Mais de 40 mil trabalhadores foram resgatados desde 1995″, afirma ao Los Angeles Times. “Mas nenhuma pessoa na história do Brasil foi presa por esse crime. Esses homens se sentem intocáveis. Eles acham que não estão arriscando nada fazendo isso.”

Segundo o jornal, muito do trabalho que os explorados fazem reflete a “ilegalidade que reina na selva”. “Eles são colocados para trabalhar derrubando a floresta ou em fazendas ilegais de gado, em áreas protegidas da Amazônia. Outros colocam pedaços de madeira em poços quentes para fazer carvão, muitas vezes sem equipamento de proteção”, diz a reportagem.

A publicação destaca ainda que o governo Dilma Rousseff se comprometeu a combater o abuso de trabalhadores, assim como o desmatamento ilegal – e cita que Dilma tem enfrentado pressões de ambientalistas sobre o novo Código Florestal. (Amazonia Brasil Radio Web)

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