Arroz, feijão e carne assada. É a refeição de domingo de João. Esta cena poderia ser em qualquer casa brasileira, mas João mora sob uma das pontes da BR-364 sobre o Igarapé Bate-Estacas, na saída para o Acre.
De poucas palavras, João disse não se recordar do passado, nem mesmo de seu sobrenome. Sabe que tem 42 anos, mas não se lembra se ainda tem parentes, nem de onde veio. Vai a pé para Porto Velho, distante seis quilômetros de onde mora. “Caminhando tranquilo, vou em 15 minutos até o centro da cidade”.
As acomodações são simples, formada com móveis e utensílios encontrados à margem da rodovia. Um pedaço de espuma serve de colchão, que fica sobre uma dos suportes da ponte. Há cadeiras quebradas, uma geladeira sem porta e um fogão todo chamuscado. A comida – que ganha nos restaurantes e residências – é cozida sobre uma trempe no chão.
“Vou vivendo assim, sem incomodar ninguém”, disse, completando que vai continuar morando debaixo da ponte até dar vontade de ir embora. (G1 Rondônia)