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J&F/Friboi desiste de vez de comprar a Delta

O comando da holding J&F anunciou oficialmente ontem a decisão de não consumar a compra da empreiteira Delta, da qual é gestora. O grupo fez uma opção de compra, mas decidiu não exercê-la. A intenção do grupo é criar uma empreiteira chamada J&F, iniciais dos pais da família. Pesou para decisão a quebra do sigilo fiscal da construtora, feita pela CPI de Cachoeira. Embora o comando da J&F negue, dois participantes das negociações afirmam que a pretensão é ficar com a parte da Delta (como seu equipamento) e incluí-la no novo empreendimento.

Na noite de quinta-feira, Joesley Batista, presidente da holding, admitiu a possibilidade de abandonar o negócio se houvessse risco à sobrevivência da Delta: “Estou muito pensativo: será que a empresa aguenta ficar tanto tempo sob suspeita?”, perguntou a interlocutores.

Em comunicado à imprensa, a empreiteira afirma que “o prolongamento da crise de confiança sobre a Delta tem deteriorado o cenário econômico-financeiro da construtora, gerando um fluxo financeiro negativo e alterando substancialmente as condições inicialmente verificadas”.

Segundo a construtora, conforme estabelecido no contrato preliminar assinado entre a J&F e o controlador da Delta, a ocorrência de eventos inesperados ou adversos permite à J&F o direito de rescindir o memorando de entendimentos sem aplicação de multas ou penalidades.

O negócio entre a J&F e a Delta foi anunciado no último dia 9. O contrato preliminar dava direito à J&F de substituir a estrutura administrativa da Delta, incluindo presidente, diretores e membros do Conselho de Administração. O acordo também previa um rígido processo “de auditoria” nos próximos meses. Somente após os resultados desta diligência seria ou não exercida uma opção de compra.

A J&F, que desistiu de comprar a construtora Delta, analisa outros negócios. De acordo com o presidente da holding, Joesley Batista, a J&F – que atua em alimentos, papel e celulose, higiene e limpeza e banco – continua animada com o setor de infraestrutura no Brasil.

O executivo revelou que 11 empresas estão sendo avaliadas, sendo uma de infraestrutura e duas na área de construção. Sem revelar outros detalhes, acrescentou que a prospecção engloba ainda companhias de alimentos, higiene e limpeza e consumo.

Batista citou que o grupo participou de mais de 40 fusões e aquisições. “Mas a Delta foi a primeira a participar de uma CPI”, declarou sobre a construtora, que está envolvida no escândalo do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A decisão, segundo Batista, foi da empresa. (Folhapress Brasília)

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