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Lideranças querem ‘radicalizar’ na implantação de políticas sustentáveis

As lideranças políticas presentes no seminário internacional Desenvolvimento Econômico Integrado Sustentável na Pan-Amazônia Sudoeste, ocorrido ontem no Teatro Plácido de Castro, aumentaram o tom das declarações sobre a relação entre poder público e implantação de políticas sustentáveis.
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“O Brasil chega bem à Rio+20. Quem chega mal é a Amazônia”, avalia o senador Jorge Viana (PT/AC). “O que acontece na Amazônia Brasileira reproduz o que acontece na Amazônia Boliviana e na Amazônia Peruana: a falta de um projeto de desenvolvimento para um das regiões mais especiais do mundo”.

“A população nessas re-giões está aumentando. Os problemas sociais estão aumentando e não há nenhuma resposta do ponto de vista econômico”, compara Viana que foi relator do Código Florestal no Senado.
O tom do raciocínio do senador foi acompanhado pelo irmão, governador do Acre, Tião Viana. “Como podemos falar em desenvolvimento sustentável, quando 40% da população do mundo está abaixo da linha da pobreza”, questionou o governador, aplaudido na sequência.

O governador também cobrou uma mudança na prioridade do Ministério das Relações Exteriores. Esforçando-se na diplomacia, Viana reconheceu o trabalho do corpo diplomático do Itamaraty, mas pontuou. “A agenda do Itamaraty precisa arraigar-se na Amazônia”.

Outra declaração que surpreendeu foi a do presidente regional de Ucayali, Jorge Velasquez Portocarero, que já expôs um tema antigo, mas que ainda estava longe das agendas institucionais. “Não queremos uma estrada integrando Cruzeiro do Sul a Pucalpa”, reivindicou Portocarero. “Queremos uma ferrovia”.

O estado de Ucayali, no Peru, é o que mantém maior fronteira com o Acre. A distância de Rio Branco até Lima, via Pucalpa, é menor do que pelo sul peruano. A construção de uma ferrovia até o Juruá é um projeto antigo do governo brasileiro que começa a estar mais presente nas agendas econômicas e diplomáticas entre os dois países.

Durante a solenidade, foi assinado um convênio de Cooperação Técnica entre Brasil, Peru e Bolívia no valor de US$ 300 mil para contratação de uma consultoria que vai identificar diretrizes de desenvolvimento sustentável entre os três países.

O encontro, que faz parte das celebrações do cinquentenário da emancipação política do Acre, reuniu diplomatas e presidentes de vários estados bolivianos e peruanos. As rodadas de negócios e os fóruns temáticos encerram-se hoje.

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