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Michelangelo Botto se despede do Estado, após 25 anos de contribuição ao jornalismo acreano

BottoO jornalismo do Estado é construído por profissionais que dedicam suas carreiras para levar aos acreanos um preceito indispensável da democracia: a informação. Um destes profissionais é o repórter Michelangelo Botto, 46 anos. De saída para o Amazonas, o jornalista deixa no Acre um sólido legado para a profissionalização da sua mídia de atuação (a Televisão), um acervo marcante de matérias e muito carinho do povo acreano.

Com 30 anos de carreira, dos quais 25 deles foram dedicados ao Acre (5 anos na TV União e 20 anos na empresa ‘carro chefe’ da sua trajetória profissional, a TV Acre), Botto é um dos jornalistas ‘em ação’ mais experientes na área de TV do Estado. Ele atuou com todos os sistemas técnicos do jornalismo televisivo local, contribuindo para o aperfeiçoa-mento de todos eles. Começou com o velho sistema de VHS e logo que chegou já foi implantado a câmera 1.800 de 1 tubo. Na sequencia, Botto atuou com os sistemas da Câmera 3 CCD, U-Matic, Betacam, Digital de fita e, atualmente, teve o privilégio de ser o jornalista que fez a 1ª reportagem com o novo sistema da Câmera Digital, ainda em teste pela TV Acre.

De acordo com Michelangelo, os motivos de sua saída não são profissionais. São pessoais. Ele conta que seu pai e sua mãe estão indo da casa dos 70 para os 80 anos. Além disso, 2 dos seus 3 filhos moram no Estado vizinho. Inclusive, um deles, Davi Manoel, nasceu prematuro, com pouco mais de 1 Kg, no Hospital Santa Juliana. Foram tempos difíceis. Felizmente, hoje o garoto é plenamente saudável, sem sequelas. Botto o considera um milagre de Deus. E, para viver este ‘milagre’ todo dia, o papai não vê a hora de ir morar junto do filho.

“Nos meus 25 anos de carreira, não tive problemas. Tenho orgulho de dizer que nunca peguei nenhum processo na Justiça, pois sempre fiz o meu trabalho com o cuidado de ouvir os 2 ou mais lados dos fatos. Sempre chequei com muita atenção as informações que recebi. E, acima de tudo, sempre atuei como um ‘fiscalizador’. Também acredito que o jornalista deve ser corajoso. Por isso, sempre fui um jornalista que nunca teve medo de encarar os desafios do dia a dia com determinação e coragem. Nunca fui ameaçado nestes 25 anos. E sempre tive muita ética. Uma vez, na TV União, tentaram me corromper com uma mala cheia de dinheiro. Não aceitei. Prefiro dormir tranquilo, com a sensação de dever cumprido e sabendo dos novos desafios que surgirão no amanhã”, disse Botto.  

Assim, Botto começa a resumir um pouco dos seus 30 anos de profissão. Ele começou aos 16 anos, já na Rede Amazônica, na TV Educativa de Manaus. Lá, era apresentador de um programa esportivo e editor de vídeo. Só que durante os 5 anos no AM, seu sonho era ser repórter de TV. E aos 21 anos uma porta se abriu para tornar o sonho em realidade. Um amigo seu de infância, militar no Acre, o convidou para vir pra cá, onde o mercado era mais aberto. A ideia foi tentadora. Tanto que Botto logo comprou sua passagem (só de ida) para o Acre. E daqui não saiu mais. Construiu sua carreira, ajudando a incorporar na TV local novas técnicas de jornalismo, tais como a valorização do texto do repórter, a passagem (quando o repórter aparece) e os off (imagens, com narração ao fundo).

E, nestas duas décadas e meia, ele não esconde o carinho pelo povo acreano. Carioca de nascença (mas acreano de coração), Botto contou que sempre foi muito bem recebido pelos acreanos. Tanto que ele sempre é cumprimentado nas ruas de Rio Branco, não só por aparecer na TV, mas pelo seu trabalho responsável. Este reconhecimento fez Botto arriscar se engajar na vida política (numa campanha para deputado estadual) e ser o representante local do Movimento Nacional dos Bachareis em Direito. Outro trabalho positivo que Botto destacou foi a sua coluna no jornal A GAZETA, intitulada ‘A Voz do Povo’. “Ela foi um sucesso tremendo. Recebi um feed-back de pessoas no Canadá, na Bélgica e outros lugares do mundo por causa da coluna. Ela criou muitas fontes pra mim e deu mais credibilidade ao meu trabalho”, finalizou Botto.     

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