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Pioneira no setor lojista do Estado, Casa Farhat completaria hoje 100 anos

Uma das lojas de maior tradição e longevidade no Estado, a Casa Farhat, completaria hoje, dia 15 de junho, 100 anos no Acre, caso ainda estivesse aberta. A loja foi fundada no começo do século, durante a influência do ‘movimento’ árabe na economia Amazônica. Primeiro, ela foi aberta em Manaus, em 1902, pelo empresário Abrahim Farhat Filho. Em 1910, ela começou a ser instalada em Rio Branco, no bairro Quinze (depois, ela se mudou para a Gameleira), sendo oficialmente inaugurada em 1912. Noventa e nove anos depois, no início deste ano, à beira do seu centenário, a loja parou de funcionar.
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De acordo com Abrahim Farhat Neto, o ‘Lhé’, neto do fundador da Casa Farhat, a loja tem uma trajetória rica de contribuição econômica/social para o Estado, que se mistura muitas vezes com a História do Acre. Segundo Lhé, a Casa Farhat começou vendendo banana mascate para os acreanos e depois foi estendendo seu campo comercial de produtos. Lhé conta que apesar de seu avó ter aberto e desenvolvido a loja, foi seu pai o empresário que administrou a loja durante a maior parte dos seus 99 anos.

“Meu avó veio pra cá em 1902 e ficou com um pé aqui e no Líbano. Quando ele inaugurou a loja de vez aqui, em 1912, meu pai tinha apenas 2 anos e morava no Líbano. Em 1927, meu pai veio de vez para o Acre e ficou aqui cuidando da loja”, contextualizou Lhé.

Entre alguns pontos marcantes da loja, Lhé conta que foi a Casa Farhat, juntamente com a Fogás, que trouxe a 1ª leva de gás de cozinha para a venda no Acre, em 1955. Foi a Casa Far-hat também que enviou dinheiro e doações para ajudar o Líbano a se manter na guerra contra Israel, em 1976; que apoiou o movimento dos seringueiros nas décadas de 70 e 80 contra os grandes proprietários de terra; que ajudou o líder sindicalista Chico Mendes e que trouxe chumbo para revender ao Jornal Varadouro.

“A Casa Farhat foi a 1ª loja que tomou à frente do movimento para ajudar os Povos da Floresta a sair da marginalidade. A 1ª que teve a visão de preservar o meio ambiente”, afirmou Lhé. Ele adiantou que tem planos de reabrir a loja no futuro, com a ajuda do governo ou da prefeitura (uma vez que a loja foi tombada como patrimônio histórico).    

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