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Brasil teve 165 gays assassinados este ano, diz ONG

Já chega a 165 o número de gays assassinados no Brasil no primeiro semestre deste ano, revela levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga entidade de defesa dos homossexuais do país.

O número é 28% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Em valores absolutos, São Paulo tem a maior ocorrência de mortes (19) entre os estados onde elas são mais frequentes. Depois, seguem-se Paraíba (15), Bahia (14), Paraná e Piauí (dez casos cada um) e Rio de Janeiro (9). O GGB não obteve informações sobre Roraima e Acre.

Segundo avaliação da entidade, a Paraíba seria o estado mais homofóbico do Brasil por ter uma população dez vezes menor do que São Paulo e, no entanto, ter registrado 15 assassinatos. A Região Nordeste é considerada a mais perigosa para os homossexuais por concentrar 1/4 dos “homocídios” (sic), como grafa o GGB no levantamento.

No dia 24 de junho, José Leonardo da Silva, de 22 anos, foi agredido e morto por um grupo homofóbico, em Camaçari (BA), depois de ter sido identificado como gay por ter saído de uma festa abraçado ao irmão.
Ainda de acordo com o relatório, os crimes de ódio, em sua maioria, vitimaram gays. Foram, 52% do total das 165 mortes. Em seguida, vêm os travestis, 41% das vítimas.

Em trecho do relatório, está citado que, proporcionalmente, travestis e transexuais representam o grupo mais vulnerável, pois não chegam a um milhão de pessoas, quando os gays ultrapassam 20 milhões. Foram mortos 65 transexuais, contra 85 gays. “O risco de os travestis serem assassinadas é 15 vezes maior do que os gays”, ressalta o texto.

O antropólogo paulista Luiz Mott, fundador do GGB e coordenador da pesquisa afirma que os assassinatos refletem sempre grave discriminação anti-homossexual. (O GLOBO)

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