Durante todo o mês de julho, uma parceria entre o programa Cozinha Brasil, do SESI, a Secretaria Estadual de Educação (SEE) e o Frigorífico Annasara permitirá a capacitação de pelo menos 200 merendeiras da rede pública de ensino, na Escola Técnica Maria Moreira. O objetivo é auxiliá-las na preparação e manipulação dos alimentos fornecidos para o consumo dos alunos, bem como mudar uma cultura existente na população acreana, que boa parte ainda é avessa às carnes de suíno e ovino.
“Um preconceito, melhor dizendo. Muitos ainda acreditam que a carne de porco é ‘reimosa’ e que o carneiro tem gosto forte e até mesmo ruim. Na verdade, são duas carnes muito saborosas e riquíssimas em nutrientes”, esclareceu Kleber Bezerra Pinheiro, coordenador do setor de merenda escolar da SEE.
Ele conta que também estavam ocorrendo muitas reclamações a respeito da qualidade dos alimentos, que em alguns estabelecimentos chegavam em ótimas condições em detrimento de outros, onde os produtos chegavam em condições duvidosas, apesar de a fonte fornecedora desses produtos ser a mesma. “Pensamos que o problema poderia ser na capacitação das merendeiras. Quando estávamos planejando como faríamos essa abordagem, a Rosângela Santos, coordenadora do Cozinha Brasil, bateu à nossa porta nos propondo essa parceria. Era do que precisávamos, só unimos o útil ao agradável”, concluiu Kleber.
No entanto, há pouco mais de um mês, Rosângela e a empresária Luciana Mendonça, do Annasara, percorrem as escolas dos municípios adjacentes já fazendo todo esse trabalho de abordagem, conscientização e qualificação das merendeiras. Além de ajudar a encontrar alternativas para fazer o material render o suficiente por cabeça, a equipe também desenvolveu um cardápio com receitas práticas e rápidas com o que as merendeiras dispõem. “Elaboramos esse curso pensando nas questões culturais, no rendimento dos ingredientes – pois trabalhamos justamente com quantitativo, para que nada sobre nem falte –, no reaproveitamento e em como ter ‘jogo de cintura’ na cozinha, com alimentos que chegam maduros ou verdes demais”, explicou Rosângela.
Aluna da primeira turma de capacitação, a merendeira Mirinês Cordeiro, da escola Lindaura Leitão, elogiou a iniciativa. “Agradeço a oportunidade de estar crescendo ainda mais. Na minha escola, não tenho do que reclamar, as crianças comem bem, ‘limpam o prato’. Ficamos muito felizes com isso, é uma bênção”, finalizou. (Ascom Fieac)