A Universidade Federal do Acre (Ufac), após a avaliação do Ministério da Educação (MEC) em agosto, poderá contar com um curso de Ensino à Distância (EaD). Nos últimos dias foi realizado, em Rio Branco, a Reunião de Educação à Distância na Região Norte. Educadores de diversas universidades debateram os avanços do EaD e discutiram os temas Planejamento, Implantação e gestão da educação à distância, gestão e avaliação dos polos da região Norte e Formação inicial e continuada de professores no Estado do Acre.
Roberto Salles, reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), coordenou a reunião. A UFF é a instituição que articula o acesso do ensino à distância para a Ufac e toda a região norte. “A nossa universidade é a mais interiorizada do Brasil. Estamos presentes em 10 municípios no Rio de Janeiro e em 1 no Pará. Temos tudo a ver com a região Amazônica, apesar da distância. O que entendemos é que. devido a grande distância entre os municípios e a dificuldade de acesso, não existe saída para a região amazônica em termo de educação e capacitação que não passe pelo ensino à distância, como complementar aos padrões normais de ensino. O ensino à distância que falamos não são aqueles que os alunos ficam atrás do computador. Estamos falando em um ensino que o aluno encontre um local físico, onde ele possa frequentar os dias que achar necessário. Irá ter uma pessoa para dar explicações, biblioteca. Chamamos isso de ensino semi presencial. O aluno é obrigado, mesmo que more distante, a ir ao local realizar provas e fazer pesquisas”.
O reitor frisou que é necessário aumentar o número de professores e com a EaD isto está acontecendo. “Os reitores precisam se reunir e pedir uma política de Estado para a região. Se isso não acontecer, não vamos solucionar os problemas, porque mesmo com a precariedade da internet, muita coisa do ensino à distância avançou. Se houver uma estrutura de Estado para o desenvolvimento, será bem melhor. Estamos aqui na Ufac porque queremos que ela tenha o seu próprio caminho no ensino à distância. A partir de agosto, após a avaliação do MEC, a universidade irá conquistar com a parceria da UFF. Isso só foi possível por conta da reitora. No Brasil, temos a figura do professor leigo, que a pessoa que dá aula, mas não tem curso superior. Temos um déficit anual de mais de 200 mil profissionais para atuar no ensino básico (fundamental e superior). Precisamos formar essas pessoas e motivá-las para serem professores, mas precisamos de uma política salarial”.
O diretor do instituto de matemática da UFF, Celso Costa também participou da reunião. Ele falou sobre o curso que fará parte da Ufac. “No Acre temos alguns polos e por conta da força do Sistema Universidade Aberta do Brasil podemos articular com as instituições para poder cooperar com a educação à distância. O 1º curso a ser implantado será o de Licenciatura em Matemática. Ele foi o 1º curso de graduação à distância ofertado para a população no Brasil. Já tem 11 anos e já formou mais de 2000 professores. Oferecemos à Ufac o projeto pedagógico do nosso curso no RJ e o material didático”.
Grande parte dos professores não atua nas suas áreas de graduação. “Sabemos que a necessidade de formação destes professores é grande. Apesar dos índices apresentados, eles não têm a graduação na área adequada. A maioria deles é formada em pedagogia. As grandes deficiências são nas áreas de matemática, português, física e química. Temos colaborado na região norte porque oferecemos um curso de gestão, planejamento e implementação da educação à distância. Temos um curso de capacitação de todos os profissionais que atuam nesta área. Essa é uma metodologia que precisa de preparação. A Ufac vai apresentar o curso e vamos ajudar na condução do processo, com o apoio do Governo do Estado”, conclui Celso.