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Fundo Amazônia apoia o Programa de Recuperação da Bacia do Rio Acre

Destinado a produtores rurais, ribeirinhos e técnicos que acompanham o Programa de Conservação e Recuperação de Nascentes e Matas Ciliares da Bacia do Rio Acre, foi realizado no período de 16 a 20 de julho o Curso de Capacitação em Agroecologia e Recuperação de Áreas de Preservação Permanente. As aulas teóricas foram ministradas na Fetacre, PZ-Ufac e Escola da Floresta com carga horária de 40h.  O curso foi financiado com recursos do  Fundo Amazônia via BNDS e tem 2 objetivos fundamentais: Capacitar e promover o intercâmbio entre os produtores cadastrados no referido programa.
Foto de abertura - Plantio de Mudas no Curso de Capacitação realizado na Escola da Floresta
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) coordena as atividades através do Departamento de Gestão de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental, contando com o apoio do IMC, Seaprof, PGE, Escola da Floresta e do WWF-Brasil. Segundo a Coordenadora do Departamento, Marli Ferreira, a capacitação do programa de conservação e recuperação de APP da bacia do rio Acre acontecerá de forma continuada e contemplará gradativamente todos os produtores que aderiram ao programa, incluindo aqueles que estão nos municípios de Assis Brasil, Epitaciolândia, Brasiléia, Xapuri, Capixaba, Porto Acre, Rio Branco e Senador Guiomard, além dos técnicos da Seaprof e das Secretarias municipais de agricultura.“ Ficamos muito felizes com o interesse e a receptividade dos conteúdos apresentados neste 1ª curso, por parte dos produtores. Na realidade, ocorreu uma troca de experiência riquíssima entre técnicos e os produtores rurais. As aulas práticas e os intercâmbios realizados em propriedades agroecológicas e nas Unidades de Recuperação de APP, mostraram aos participantes que é possível produzir bem , com qualidade, garantindo ainda a conservando do solo e da água”.

O curso foi desenvolvido em cinco módulos que se complementam: Recursos Hídricos, Mudanças Climáticas, Legislação Ambiental, Agroecologia , produção de mudas e manejo de Sementes e restauração de áreas de preservação permanente. No módulo de Recursos Hídricos, por exemplo, os participantes obtiveram instruções sobre a conservação da água e sua relação com as áreas de APP (Áreas de Proteção Permanente), além dos cuidados necessários para a manutenção de nascentes e a distribuição da água em nosso território. Estes conceitos foram desdobrados em métodos de produção, técnicas de plantio, horta orgânica e confecção de adubos orgânicos, visando também a melhoraria da qualidade de vida das comunidades rurais.

Na Agroecologia, foram trabalhados métodos de manejo do solo, visando sua conservação: como plantar e podar árvores, plantio sem queimadas, escolha adequada de espécies, seleção de matrizes para produção de sementes de qualidade, armazenamento, germinação, e técnicas para a feitura de um viveiro de mudas. Em Legislação Ambiental, o Novo Código Florestal foi debatido e estudado em profundidade.
Para Flávio Quental Rodrigues, Analista de Conservação do Programa Amazônia do WWF Brasil e um dos ministrantes do Curso de Agroecologia, convidado pela Sema, a Agroecologia é agricultura que visa a produção com respeito ao meio ambiente. “É uma agricultura baseada na biodiversidade (plantio de espécies consorciadas) e em princípios presentes na natureza, com parâmetros para a proteção e conservação do solo e da água, sem uso de agrotóxicos e adubos químicos. Tanto a adubação é baseada na reciclagem natural de nutrientes, como o controle de pragas é realizado pela própria biodiversidade agregada aos plantios consorciados. O que geralmente atrai as pragas são os plantios de monoculturas”, afirma.

Como alguns produtores rurais levantaram a necessidade de mecanização para a realização dos plantios, Quental explicou que esta não é a melhor solução para os solos acreanos. (Maurício de Lara Galvão / Assessoria Sema)

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