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Pesquisa da OIT revela que mais de 90% das mães acreanas não usam serviço de creches

CrechesA Organização Internacional do Trabalho (OIT), entidade trabalhista vinculada à ONU, divulgou na quinta-feira desta última semana, dia 19, uma pesquisa que revela detalhes sobre as características e condições do trabalhador brasileiro, em especial o do acreano. O estudo estatístico da OIT foi intitulado ‘Perfil do Trabalho Decente no Brasil: um Olhar sobre as Unidades da Federação’ e já está na sua 2ª edição. Ela é feita com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, do Censo Demográfico de 2010, e outros demonstrativos oficiais.

De mais revelador, o estudo constatou que quase metade dos trabalhadores acreanos não usam como meio de transporte para ir ao sua local de trabalho veículos motorizados (particulares ou coletivos). Segundo o estudo, 44,2% dos acreanos vão para o trabalho a pé ou de bicicleta. Só os trabalhadores do Piauí (53,3%) e do Maranhão (45,8%) vão mais a pé ou de bicicleta para o trabalho do que os acreanos. A média nacional desta estatística é de 33,4%.

No tocante as mulheres no mercado de trabalho, os números não são tão positivos. Segundo o relatório da OIT, em todo o país os homens têm uma carga horária maior do que a das mulheres. A carga semanal delas é de 36h, contra 43,4h deles. Mas a participação das mulheres nos afazeres de casa é bem maior do que a dos homens: 90,7% das mulheres no mercado de trabalho fazem tarefas domésticas, enquanto apenas 49,7% dos homens têm deveres com o lar. Isso faz com que elas acumulem mais tempo de afazeres domésticos: 22h delas contra 9,5h deles. Portanto, ao se comparar a carga de trabalho mais horas ‘trabalhadas’ no lar, a carga horária semanal das mulheres fica de 58h, quase 5 horas a mais do que a dos homens, que é de 52,9h.

E se as mulheres têm afazeres domésticos que as sobrecarregam, elas também têm filhos que comprometem suas carreiras. Segundo dados da OIT, 11,5% das mulheres acima de 16 anos que estão empregados têm filhos na faixa etária entre 0 a 3 anos. Destas, 73,3% delas não têm acesso a creches. No Acre, esta estimativa é maior. Conforme o estudo, 90,3% das crianças de 0 a 3 anos, filhas de mães empregadas acima de 16 anos, não estão em creches públicas (é o maior índice do Brasil). Ainda segundo a OIT, mais de 76% das mães acreanas também não usaram o beneficio do auxilio maternidade. 

Já da participação de deficientes físicos no mercado de trabalho, o relatório aponta que o Acre, junto com Rondônia e Roraima, tem as menores taxas de participação: 0,4% dos trabalhadores locais possuem deficiências.   Distrito Federal, Maranhão e Pernambuco são os que têm maiores participações, com 0,9%.

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