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Homem acusado de manter filha em cárcere privado é preso

Pai cárcereAtravés de uma denúncia anônima, policiais civis da Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (Deam) de Cruzeiro do Sul, distante cerca de 660 Km de Rio Branco prenderam o ribeirinho João Ribeiro das Chagas, 63 anos, acusado de sequestrar, estuprar e manter em cárcere privado uma filha que hoje tem 29 anos, com quem o acusado teve 10 filhos, dos quais apenas seis estão vivos.

A prisão de João Ribeiro e o resgate da mulher e das crianças aconteceram na localidade em que o acusado vivia com a filha e os filhos netos, à margem do Rio Gregório, cerca de 120 Km de Cruzeiro do Sul pela BR 364, mais 5 horas de barco até chegar ao Seringal Bacuri, onde a ‘família’ residia.

Segundo o que foi apurado, João Ribeiro teria sequestrado a filha quando ela ainda tinha 10 anos e foi morar com a menina em um casebre que ele construiu no meio da floresta. A partir daí, ele passou a ter relações sexuais com a filha como se ela fosse sua mulher.

Para a família, a menina desaparecida havia sido ‘comida pela onça’, isso porque João Ribeiro atravessou o Rio Gregório e construiu uma casa no meio da floresta. Como nos seringais é comum o homem passar dias caçando, ele, quando retornava para a companhia da mulher e de outros filhos, deixava a menina sequestrada amarrada em casa e com comida suficiente para aguentar o seu retorno dias depois.
Ao longo dos anos, a filha cresceu e engravidou. Os partos eram realizados pelo próprio pai e assim nasceram cerca de 10 crianças.

De acordo com informações que a polícia ainda vai investigar, de uns anos pra cá João passou a matar a criança que nasciam do sexo masculino. Talvez por isso tenha restado 6 dos 10 filhos nascidos da relação incestuosa.

A descoberta de que a menina sequestrada estava viva só aconteceu porque João Ribeiro sequestrou outra filha e a levou para o casebre onde vivia com a 1ª filha sequestrada. Ele teria engravidado a 2ª filha, que pariu uma criança do sexo masculino (que teria sido morto pelo pai).

Desesperada, a jovem conseguiu fugir do seringal e se abrigar em outra localidade, onde revelou o que havia acontecido. A jovem ficou abrigada na casa de parentes de um policial, que levaram a informação à polícia.
Preso, João Ribeiro foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil, a filha de João não sabe disser o próprio nome e as crianças nascidas da relação incestuosa não foram registradas.

A delegada Carla Ivane de Brito pretende ouvir moradores do local, testemunhas e principalmente localizar a filha que conseguiu fugir e revelou a situação. O acusado será indiciado por crimes de sequestro, estupro, cárcere privado e se comprovado a morte dos recém-nascidos, também será indiciado por crime de infanticídio.

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