Policiais civis da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) prenderam na tarde de sexta-feira, 27, na comunidade do Ramal Linha Três de Cruzeiro do Sul, os agricultores João Pereira de Souza, 46 anos, e o filho dele, Abraão Lima de Souza, 18 anos. Ambos são acusados de abusar sexualmente de duas crianças, um menino de 7 anos e uma menina de 8 anos, que são filhas de João Pereira e irmãos de Abraão.
A polícia chegou até eles através de denúncia recebida pelo Conselho Tutelar de Cruzeiro, distante cerca de 600 Km de Rio Branco, na região do Vale do Juruá. De acordo com informações da polícia, a denúncia sobre os abusos sofridos pelos menores foi feita por moradores da comunidade.
A Polícia Civil apurou que a mãe das crianças teria fugido de casa por não suportar mais ser espancada pelo marido. Ao ir embora, ela deixou na companhia do pai quatro filhos: o mais velho de 18 anos, a menina de 8 anos, o menino de 7 anos e ainda uma criança de 5 anos.
A menina teria contando ao pai que o irmão, Abraão Lima, mais conhecido pelo apelido de ‘Marcione’ estaria abusando sexualmente dela e do irmão menor. Imediatamente, o pai das crianças teria expulsado o filho de 18 anos de casa, mas passou ele mesmo a abusar dos dois filhos.
Relatos das crianças à delegada são fortes, pois, de acordo com as crianças, quando o irmão Abraão cometia os abusos, ele amarrava as crianças com corda nos pés e nas mãos. Ele as levava para um cômodo da casa e passava a abusar sexualmente primeiro do irmão e depois da irmã.
E quando a menina tomou coragem para denunciar o irmão ao pai, uma semana depois, passou também a ser abusada pelo próprio pai, que chegava a manter relações sexuais com os dois filhos de duas a três vezes por dia.
O último abuso aconteceu na quarta-feira, 25, ou seja, 2 dias antes de ser preso. As crianças foram encaminhadas pelo Conselho Tutelar ao Hospital da cidade, onde o médico legista comprovou marcas dos abusos sexuais sofridos pelos dois irmãos.
A criança de 5 anos também foi submetida ao exame de conjunção carnal, mas, de acordo com o laudo médico, ela não teria sido violentada.
Pai e filho foram transferidos para o presídio daquela cidade, através de um pedido de prisão temporária de 30 dias, para que a delegada conclua o inquérito policial e submeta a apreciação da Justiça, que deve decretar a prisão preventiva dos dois acusados.